Por ALLAN VALENTE
Uma família vinda do interior do Pará encontrou abrigo improvisado na Praça da Bandeira, no Centro de Macapá, enquanto busca melhores condições de vida. Há quatro dias na capital amapaense, desabrigados, Daniel dos Santos Magalhães, de 25 anos, sua esposa Maiara Nunes, de 26, e seus três filhos pequenos enfrentam dificuldades para se alimentar e manter a higiene.
A família é de Anajás, na Ilha do Marajó (PA), onde Daniel trabalhava na produção de farinha e na extração de madeira. No entanto, o jovem pai ficou desempregado e decidiu tentar uma nova oportunidade em Macapá.
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Daniel: “Vim atrás de trabalho e melhora para minha família”. Foto: Allan Valente
“Vim atrás de trabalho e melhora para minha família”.
Já Maiara dedica-se integralmente ao cuidado dos filhos Gabriel, de 1 ano, Vitória, de 3, e Beatriz, de 5. Ela tem a esperança de que eles possam ter acesso à educação, o que não era possível na cidade de origem.
“Lá não temos escolas, aqui podemos por nossos filhos para estudar” disse ela.
Sem um teto, a família tem dormido em um coreto da praça, mas recentemente recebeu uma tenda cedida pelos técnicos de som que trabalharam no Carnaval do Povo e se sensibilizaram com a situação da família. O coreto os deixava bastante desprotegidos das chuvas. A permissão dos técnicos de som amenizou um pouco as dificuldades para passar a noite, principalmente por causa das fortes chuvas que caem nesta época do ano em Macapá.
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. Enquanto durar o Carnaval do Povo, eles dormirão na tenda de som. Foto: Allan Valente
A alimentação é outra batalha diária. O almoço, eles têm conseguido na Casa do Pão de Santo Antônio, instituição católica que oferece refeições a pessoas em situação de vulnerabilidade. O jantar depende da solidariedade de transeuntes e estranhos que eles abordam pelas redondezas da praça.
“A gente sai pedindo ajuda”, comentou Daniel.
As necessidades básicas de higiene são outra dificuldade enfrentada por eles. A família enfrenta uma verdadeira maratona para ter o mínimo de dignidade e atender as necessidades essenciais. Para tomar banho pela manhã, vão a um restaurante localizado na orla de Macapá, ou, em outras circunstâncias, usam a casa de uma moradora vizinha da praça, que oferece a eles, gentilmente, o banheiro de sua residência.
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Nos primeiros dias, família dormia num coreto. Foto: Allan Valente
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Família dorme …
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Foto: Allan Valente
Apesar das adversidades, a esperança de um recomeço persiste. O casal recebeu uma proposta para trabalhar como caseiros em um sítio e aguarda a confirmação da vaga.
“Já veio um casal aqui nos oferendo o emprego de caseiros de terreno, mas ainda não retornaram para confirmar”, explicou Daniel.
Além disso, foram cadastrados no programa de aluguel social do Governo do Amapá, que auxilia famílias em condições sub-humanas.
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Enquanto aguarda definições, a família segue enfrentando os desafios diários. Foto: Allan Valente
“A assistente social do Palácio do governo já nos ofereceu ajuda, vamos aguardar que tudo dê certo”, finalizou a mãe.
Enquanto aguarda definições, a família segue enfrentando os desafios diários com resiliência e contando com a solidariedade da comunidade.