Da REDAÇÃO
Depois de quase 2 anos de inatividade e denúncias de abandono e retaliação política, a Unidade Básica de Saúde (UBS) Fluvial Célia Trasel, da Prefeitura de Macapá, retomou suas atividades.
A gestão municipal divulgou na noite de ontem (24), que nos dias 18, 19 e 20 de fevereiro, a embarcação realizou sua primeira viagem de 2025, atendendo nas comunidades ribeirinhas de Itamatatuba, Jangadinha, Jaburuzinho e Andiroba, todas no Distrito do Bailique.
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Atendimentos a ribeirinhos foram retomados com consultas médicas …
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.. e pediátricas em comunidades do Bailique
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Também foram feitos exames
A ação fez mais de 3 mil atendimentos de saúde, entre consultas médicas (pediatria, clínica geral e pré-natal), atendimentos psicológicos, odontológicos, de enfermagem e nutrição, além de exames laboratoriais, vacinação e distribuição de medicamentos.
“A cada nova viagem, reafirmamos nosso compromisso com a população ribeirinha, garantindo que nenhum cidadão fique sem assistência médica por estar distante dos centros urbanos”, afirmou a secretária municipal de Saúde, Érica Aymoré.
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Imagem mostra o atendimento represado. Fotos: Ascom/PMM
Denúncia e polêmica
A UBS Fluvial foi o centro de uma das principais polêmicas políticas deste ano até aqui. Adquirida em 2018 por quase R$ 1,9 milhão para atender 30 comunidades ribeirinhas de Macapá, havia sido encontrada abandonada e em avançado estado de deterioração no Igarapé da Fortaleza, em janeiro, pela equipe do vereador Claudiomar Rosa, líder da oposição na Câmara Municipal.
A embarcação, que realizou milhares de atendimentos até 2021, foi paralisada para reparos durante a gestão do prefeito Antônio Furlan, com custos estimados em quase meio milhão de reais. Reinaugurada em outubro de 2022 como “Drª Célia Trasel”, a unidade realizou apenas três viagens até março de 2024, quando foi novamente desativada.
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Unidade estava ancorada por meses no Igarapé da Foartaleza …
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… completamente abandonada …
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… enquanto perecia …
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… à ação do tempo. Fotos: Divulgação
Rosa denunciou o abandono da embarcação e a falta de manutenção, destacando que as comunidades ribeirinhas ficaram sem atendimento médico adequado nos últimos quatro anos. A denúncia gerou polêmica e, cerca de 20 dias depois, o prefeito Furlan cancelou a licença de Rosa, que é professor da rede municipal, determinando seu retorno às salas de aula. O vereador considerou a medida uma retaliação política, mas afirmou que retornaria à docência “com dignidade”.
O Portal SelesNafes.com também apurou que profissionais de saúde contratados para atuar na UBS Fluvial estavam recebendo salários da prefeitura, mesmo com a embarcação inativa há 2 anos. O Cadastro Nacional de Estabelecimento em Saúde (CNES), atualizado em 18 de janeiro de 2025, listava aproximadamente 20 profissionais, incluindo médicos, biomédicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, odontólogos e psicólogos, contratados entre janeiro e julho de 2024.