Por JONHWENE SILVA, de Santana
Na última sexta-feira (22), a Polícia Militar do Amapá prendeu um homem na Área Portuária de Santana, a 17 km de Macapá, acusado de tráfico de entorpecentes. O vídeo da prisão viralizou nas redes sociais porque mostrava policiais sendo xingados por Cleybson Trindade da Silva, conhecido como “Aderbal”. Ele é tio do acusado. Aderbal foi identificado por algumas pessoas como “Dono do Beco”, mas, na verdade, afirmar ser pescador e comerciante de peixes. Ele negou qualquer envolvimento com o crime e afirmou estar sendo hostilizado após a repercussão do caso.
“Eu sou trabalhador, não sou bandido e nem dono de beco, como foi colocado. Nem sei de onde surgiu isso. Sou pescador e trabalho todo dia bem cedo. Essa situação acabou gerando problemas para mim, porque agora as pessoas atribuem o local onde moro — que tem muitas ocorrências policiais — como se eu fosse criminoso. Isso não é verdade. Eu filmei e disse algumas palavras no calor do momento, vendo meus familiares sendo agredidos”, relatou.

Momento em que o sobrinho é preso, e quando começaram os xingamentos. Reprodução/Redes Sociais
Na ocorrência, a Polícia Militar prendeu Gabriel Trindade, sobrinho de Cleybson, que seria o responsável pelos cerca de R$ 700 em dinheiro trocado, porções de maconha e outros itens que caracterizam o tráfico de drogas. Como consequência da exposição, Aderbal afirma que passou a temer pela própria segurança e a enfrentar dificuldades no trabalho.
“Tenho perdido clientes que já me conheciam e agora me questionam sobre essa situação. Nem todo mundo que mora na Área Portuária, na passarela que tem esse apelido, é criminoso. Eu nem sei de onde surgiu essa história de ‘Dono do Beco’ atribuída a mim. Fica parecendo que eu sou traficante, mas eu não sou. Sou trabalhador”, desabafou.

Aderbal descarregando peixe em barco na área portuária: acordo cedo todos os dias

Peixes que são vendidos por Aderbal
Trabalho na infância
Aos 39 anos, Cleybson Trindade afirma trabalhar desde os 12 anos e diz que sua única passagem pela polícia se refere a uma briga familiar no município paraense de Afuá. Apesar disso, ele reconhece que era ele quem gravava no momento da ocorrência policial, quando também contestou a ação dos militares.
“O fato é que nessa ocorrência, eu estava filmando e dizendo umas coisas, porque meu irmão estava ao meu lado e também foi empurrado pela polícia. Só quero que desvinculem meu nome dessa história de bandido”, finalizou.