AP está na rota onde nave russa pode cair nos próximos dias, alerta especialista

Estrutura lançada em 1972 tem mais de meia tonelada; Amapá está na linha dos estados onde ela pode cair
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Por RODRIGO DIAS

Um alerta sobre a possível queda de uma espaçonave russa desativada no estado do Amapá tem mobilizado especialistas e curiosos. A informação foi divulgada na noite de terça-feira (6) por Richard Cardial, membro da rede Exoss de monitoramento de meteoros no Brasil e divulgador científico do canal Galeria do Meteorito, em suas plataformas no Instagram e YouTube.

Cardial compartilhou a notícia, que também ganhou destaque em uma reportagem do site O Globo há quatro dias, sobre a reentrada descontrolada na atmosfera terrestre da sonda espacial Kosmos 482, lançada pela União Soviética em 1972 com destino a Vênus. Devido a uma falha no lançamento, a espaçonave não conseguiu deixar a órbita da Terra.

Embora a maior parte do equipamento tenha se desintegrado ao reentrar na atmosfera ao longo dos anos, a cápsula de pouso – um módulo esférico com cerca de um metro de diâmetro e aproximadamente 500 kg – permaneceu em órbita por mais de meio século.

O cientista holandês Marco Langbroek, da Universidade de Tecnologia de Delft, estimou ao jornal The Guardian que a reentrada deve ocorrer por volta do dia 10 de maio. Caso o módulo permaneça intacto, ele pode atingir o solo a uma velocidade de até 242 km/h.

Apesar do potencial impacto, Langbroek tranquilizou a população, afirmando que:

“Embora exista perigo, não é motivo para grande preocupação. A probabilidade de impacto é semelhante à de ser atingido por um meteorito, algo que acontece algumas vezes por ano. As chances de alguém ser atingido são extremamente baixas — menores até do que ser atingido por um raio ao longo da vida”.

Richard Cardial, em sua publicação, detalhou que a reentrada da nave Kosmos 482, lançada em 31 de março de 1972 como parte do projeto Venera, deve ocorrer na madrugada de sexta para sábado, 10 de maio de 2025, por volta de 1h35 da manhã (horário de Brasília).

O especialista ressaltou que, embora o local exato da queda ainda esteja sendo mapeado de perto, o Amapá surge como um potencial e provável destino. Ele produziu um mapa com os locais mais prováveis de queda e explicou os motivos. Assista:

A comunidade científica acompanha atentamente os cálculos de trajetória para refinar a previsão do local de impacto. As autoridades locais e os órgãos de monitoramento espacial devem divulgar mais informações conforme a data da reentrada se aproxima.

Seles Nafes
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