Da REDAÇÃO
Um homem de 20 anos foi preso em Macapá, suspeito de armazenar e comercializar fotos e vídeos íntimos de dezenas de mulheres da capital amapaense. A investigação é da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam).
De acordo com o delegado Bruno Braz, responsável pelo início do inquérito, o suspeito foi localizado em sua residência, na última sexta-feira (30), onde foi cumprido um mandado de prisão preventiva. A operação também incluiu mandados de busca e apreensão e de quebra de sigilo bancário.
O caso veio à tona após algumas vítimas procurarem a delegacia para denunciar que imagens íntimas suas estavam sendo vendidas pelo suspeito em grupos do aplicativo Telegram.
“Quando alguém entrava em contato, ele enviava um catálogo com o perfil de várias mulheres de Macapá. O comprador pagava R$ 15 por cada imagem. Algumas vítimas pediram para amigos comprarem as fotos, confirmaram que eram elas e se uniram para denunciá-lo”, relatou o delegado.
O material apreendido revela que ao menos 29 mulheres estavam incluídas nesse catálogo, mas a polícia acredita que o número real de vítimas seja bem maior.

Quebra de sigilo revelou negociações
Durante a ação, foram apreendidos um celular e um computador. No depoimento, o investigado confessou o crime, reconheceu as vítimas e afirmou ser “viciado em pornografia”. Segundo ele, parte das imagens era obtida em sites pornográficos, enquanto outra parte era enviada por homens desconhecidos, identificados como “colaboradores”, que compartilhavam imagens de mulheres com quem haviam se relacionado. A polícia suspeita que essas imagens eram repassadas com o intuito de expor as vítimas na internet.
“A investigação agora entra em uma nova fase. Novos nomes devem surgir, tanto de autores quanto de vítimas. O preso afirmou que não era o único que vendia esse tipo de material”, disse o delegado.
O jovem, que não teve o nome divulgado pelas autoridades, já respondia a um processo por armazenar imagens íntimas de mulheres, após ser alvo de uma operação da Polícia Federal que investigava uma rede de pedofilia.