Por JONHWENE SILVA, de Santana
A promotora Socorro Pelaes, responsável pela investigação do Ministério Público do Amapá (MPE) que apura o eventual desmonte da histórica Estrada de Ferro do Amapá (EFA), afirmou em entrevista ao Portal SelesNafes.Com, nesta segunda-feira (2), que os responsáveis podem ser criminalmente punidos caso fique comprovada a retirada ilegal de bens.
“É um patrimônio histórico e que representa alto valor sentimental. É preciso que se busque saber de quem é a responsabilidade em guardar todo esse patrimônio para que não se perca na história. E, caso seja constatada a retirada de maneira ilegal, podemos sim responsabilizar criminalmente os responsáveis”, destacou.

Promotora Socorro Pelaes: “Antes de pensar em turismo, é preciso investigar”. Foto: Ascom/MPE

Acervo fotográfico indica o desmonte …

… de parte da estrutura …

… da ferrovia
As investigações foram oficialmente iniciadas em abril de 2025 pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, das Fundações e do Consumidor de Santana. No entanto, segundo a promotora, já havia informações circulando sobre irregularidades antes da abertura formal do procedimento.
De acordo com o MPE, há relatórios acompanhados de acervo fotográfico que indicam o desmonte de parte da estrutura da ferrovia. Locomotivas estariam sendo desmontadas, peças inteiras desapareceram das oficinas e até carcaças de vagões teriam sido alvo de ações criminosas. Também há informações sobre a retirada e comercialização de pedaços dos trilhos como sucata.
A promotora revelou ainda que a apuração não se limita aos bens localizados em Santana. A retirada irregular de patrimônio também estaria ocorrendo ao longo da ferrovia e no município de Serra do Navio, a 205 km de Macapá.

Atualmente o patrimônio está …

… completamente deteriorado …

… pela ação do tempo e falta de cuidados
Para o futuro do espaço, a promotora defende que parte da estrada e da estação ferroviária seja transformada em um complexo turístico. Contudo, ressalta que essa possibilidade depende, antes de tudo, da preservação do patrimônio.
“Ainda estamos na fase de denúncia. Podemos, sim, instaurar um inquérito para apurar todas as circunstâncias da perda desse acervo histórico que possuímos aqui no nosso Amapá”, concluiu.