Atualizado às 11h50
Da REDAÇÃO
Uma investigação da Polícia Civil do Amapá apontou que motores e peças de embarcação pertencentes à Prefeitura de Santana podem ter sido usados como moeda de troca na compra de votos durante as últimas eleições municipais, para o cargo de vereador. O caso envolve servidores públicos e levou ao cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão na manhã desta quinta-feira (3), com apoio do Ministério Público Eleitoral.
As ordens judiciais foram cumpridas em residências de quatro servidores e no depósito da prefeitura, onde estavam armazenados os bens públicos supostamente desviados. As apurações indicam que os equipamentos, que deveriam ser utilizados em políticas públicas, estavam sendo doados a eleitores sem qualquer processo legal, em troca de apoio político.

As ordens judiciais foram cumpridas em residências de quatro servidores …

… e no depósito da prefeitura de Santana
De acordo com o delegado Danilo D’Ávila, titular da Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio de Santana (DCCPS), o caso começou com um boletim de ocorrência que denunciava um furto.
“Durante a investigação, descobrimos que se tratava de uma falsa comunicação de crime. Os objetos não foram furtados, mas entregues por servidores como parte de um esquema que envolvia compra de votos e peculato”, explicou.
O principal investigado é um servidor público que registrou a falsa ocorrência e que, segundo a polícia, seria o líder do esquema. Ele é casado com uma ex-candidata a vereadora nas eleições mais recentes.
Durante a operação, foram apreendidos celulares, notebooks e documentos. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) autorizou a quebra de sigilo telemático para extração e análise dos dados.

Além de computadores e documentos, algumas peças apreendidas foram …

… levadas como provas de inquérito para o Ciosp de Santana
“Queremos identificar todos os envolvidos e comprovar a extensão dos crimes. No depósito, verificamos a quantidade de motores ainda existentes e vamos cruzar essas informações com os dados que já temos”, disse o delegado.
Como medidas cautelares, os investigados tiveram bens e ativos financeiros bloqueados, foram afastados de seus cargos públicos e estão proibidos de frequentar prédios da administração municipal enquanto durarem as investigações.
PMS
A Prefeitura de Santana emitiu nota de esclarecimento sobre a ação policial no órgão municipal. Veja o comunicado na íntegra:
“Na manhã desta quinta-feira, 03, a Prefeitura de Santana, ao saber da ação da Polícia Civil em um dos seus prédios, acionou de imediato, a Procuradoria Geral da PMS para acompanhar o caso.
Estão sendo atendidas as providências requisitadas pelo mandado judicial, incluindo as exonerações dos envolvidos, além de medidas administrativas de apuração que também já foram tomadas.
A Prefeitura de Santana reitera que não compactua com nenhum tipo de ação ilícita, e que está à disposição para ajudar nas investigações”.