Da REDAÇÃO
O Museu Kuahí dos Povos Indígenas será reaberto neste sábado (19), no município de Oiapoque, a 590 km de Macapá. A reinauguração também marcará o início da gestão integral dos próprios indígenas, que administrarão um acervo com mais de 500 peças etnográficas.
Idealizado nos anos 1990 como uma demanda legítima do movimento indígena da região, o Museu Kuahí foi inaugurado em 2007 e permaneceu inativo por um longo período. Agora, renasce com estrutura ampliada e recursos modernos, reafirmando sua essência como um museu dos indígenas, pelos indígenas e para toda a sociedade.
A nova fase do museu é marcada pelo protagonismo dos povos Karipuna, Palikur-Arukwayene, Galibi-Marworno e Galibi Kali’na, que participaram diretamente das decisões sobre curadoria, planejamento e execução da reestruturação, com apoio técnico do Instituto Iepé.
Além do acervo físico, que também foi digitalizado e estará disponível na plataforma Tainacan, o museu contará com biblioteca, salas de exposição e oficinas, loja de artesanato, maloca, redário e um espaço dedicado à produção cultural e artística indígena.
O governador do Amapá, Clécio Luís, destaca o retorno do espaço como uma política de Estado comprometida com o respeito, a autonomia e a valorização das identidades indígenas.

A nova fase do museu é marcada pelo protagonismo dos povos Karipuna, Palikur-Arukwayene, Galibi-Marworno e Galibi Kali’na
“Esse museu não é apenas um espaço físico, é um símbolo vivo de resistência cultural, fortalecimento dos saberes ancestrais e proteção das línguas que correm risco de desaparecer”, afirma o governante.
Significado
O nome “Kuahí”, que significa “pacu” em língua indígena, simboliza o espírito coletivo dos povos do Oiapoque: diversos em suas tradições, mas unidos em sua identidade e resistência. A reabertura será marcada por uma intensa programação cultural, com apresentações artísticas, rituais tradicionais e manifestações dos quatro povos que formam a base do museu.
“A retomada do Kuahí representa um avanço no reconhecimento dos direitos culturais dos povos indígenas e posiciona o Amapá como referência nacional em políticas públicas voltadas à preservação das culturas originárias”, reforça Clécio Luís.