Quem procurou o Hemoap nesta segunda-feira, 17, teve que ter paciência para esperar atendimento. Funcionários de uma das empresas que prestam serviço ao Hemocentro cruzaram os braços em protesto para cobrar três meses de salários atrasados e quatro meses sem vale alimentação. A direção do Instituto nega que os serviços foram paralisados, mas os pacientes alegam que foram orientados a retornar em outro dia.
Atualmente, cerca de 50 funcionários das empresas JCA e Servicom prestam serviços de recepcionista, motorista, portaria, serviços gerais e agente administrativo no Hemoap. Metade paralisou pelo atraso no pagamento e falta de informação de quando vão receber.
“A empresa diz que o governo não repassou dinheiro. O governo diz que repassou. Afinal, ninguém fornece informação segura, e nós ficamos com salário atrasado sem, inclusive, poder fazer compras. Dessa vez é paralisação de advertência, mas se nada for feito vamos paralisar de vez”, ameaçou uma funcionária que preferiu não ser identificada.
A dona de casa Vanusa de Oliveira, de 31 anos mora no município de Pracuúba, e foi uma das pessoas que voltou para casa sem informação de uma cirurgia para doação de medula.
“Não teve senha de atendimento e esperei muito, até me informarem que minha cirurgia marcada para amanhã será remarcada devido a falta de pessoal para dar apoio. Essa é a terceira vez que me desloco de casa e volto sem previsão nenhuma”, comentou Vanusa.
Mesmo com a recepção cheia e a reclamação de diversos pacientes, a direção do hemocentro afirmou que todos os serviços funcionam nesta segunda e no restante da semana. O diretor do Hemoap se comprometeu em atender a equipe de reportagem do site, mas não atendeu as nossas ligações para dar esclarecimentos dos salários atrasados e serviços.
Desde junho que o Hemoap sofre com a carência no estoque e as baixas doações. Diariamente são realizadas entre 50 a 60 doações, o número está longe do ideal, que seria de pelo menos 100 bolsas diárias.