Com tema sobre autismo, Joana Ramos, do Amapá, é eleita melhor Rainha Junina do Brasil

Além de dançarina, Joana Ramos, de 23 anos, é bacharel em Direito e acadêmica de Letras.
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Por RODRIGO DIAS

O talento e a inclusão do Amapá brilharam no cenário nacional do São João. No último fim de semana, a Associação Folclórica e Cultural Simpatia da Juventude, tradicional grupo do bairro Laguinho, em Macapá, conquistou o título de Melhor Rainha Junina do Brasil no campeonato nacional de quadrilhas juninas, realizado em Barra de São Miguel, Alagoas.

O anúncio, feito na madrugada desta segunda-feira (28), coroou a amapaense Joana Ramos, de 23 anos, como a soberana máxima da festa.

 

Representando o Amapá, Joana é coroada como soberana da cultura junina nacional

Com figurino simbólico e colorido, Joana representou a inclusão e o respeito às pessoas com TEA

A conquista de Joana é comparada à “Bola de Ouro” do universo junino — o mais alto reconhecimento para quem se dedica à arte da dança caipira. No Amapá, as representantes são conhecidas como “misses caipiras”, mas, em nível nacional, disputam sob o título de “rainhas”.

Esse novo título reforça a tradição vitoriosa do estado. Em 2023, com apenas 14 anos, Paula Coutinho, da quadrilha Estrela do Norte, já havia trazido a honraria para o Amapá, provando que o talento local é uma força reconhecida em todo o país.

A Simpatia da Juventude também carrega um histórico de sucesso: no ano passado, Augusto Júnior, integrante da mesma equipe de Joana, foi eleito o melhor marcador do Brasil.

Apresentação da Simpatia da Juventude …

… encantou o público com o tema sobre o autismo

A apresentação da quadrilha encantou o público e os jurados pela originalidade e profundidade do tema central: o Transtorno do Espectro Autista (TEA). A “fera do Amapá”, como é carinhosamente conhecida a quadrilha com mais de 30 anos de história, apostou em uma abordagem inclusiva e respeitosa.

No Amapá, o grupo foi pódio nos principais festivais juninos, incluindo a VII edição do Forrozão do Primo Sebastian, realizado pela FEJUFAP dentro do Arraiá do Povo, promovido pelo Governo do Estado, onde conquistou o bicampeonato — feito que credenciou a equipe para a disputa nacional organizada pela CONAQJ.

A performance de Joana garantiu ao Amapá o título mais cobiçado do São João

A escolha do tema, considerada ousada, foi representada com excelência em todos os elementos da apresentação. Figurinos, paleta de cores, canções e coreografia foram pensados para exaltar a inclusão e o respeito às pessoas com TEA.

O portal SelesNafes.com conversou com Joana Ramos, que celebrou a conquista com emoção:

“Mais uma vez o Amapá levando esse título. E eu estou em êxtase ainda, muito feliz por esse título que não é só meu, mas é do meu estado, do Amapá. É dos meus coreógrafos, do meu presidente, da minha executiva, dos meus familiares, meus amigos, da minha família Simpatia da Juventude”, declarou Joana.

Além de dançarina, Joana é bacharel em Direito e acadêmica de Letras. Ela pertence a uma família tradicionalmente envolvida com a cultura amapaense.

Coreografia sincronizada e temática sensível marcaram a apresentação campeã

Alegria foi marcante nas apresentações

Sua performance foi avaliada por um corpo de jurados que considerou critérios como simpatia, desembaraço, coreografia, figurino e, principalmente, a temática. A pontuação consagrou Joana como a Melhor Rainha Junina do Brasil, elevando não apenas seu nome, mas também a bandeira da cultura e da inclusão do Amapá.

“Não é fácil ser quadrilheiro. Não é fácil chegar aqui em outro estado e representar seu lugar com um tema tão importante e necessário que é o autismo. Gratidão”, finalizou.

Seles Nafes
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