Envolvido em roubo de R$ 400 mil em ‘grude de peixe’ na véspera de ano-novo é preso em Goiás

O crime ocorreu no Amapá, na fronteira com a Guiana Francesa, a cerca de 600 km de Macapá.
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Por RODRIGO DIAS

Após seis anos de um ousado assalto na fronteira do Amapá, a polícia segue no rastro dos integrantes do grupo criminoso responsável por roubar uma carga valiosa, estimada em R$ 400 mil. O crime, um assalto à embarcação, ocorreu no Rio Oiapoque, a cerca de 600 km de Macapá.

Um dos integrantes da quadrilha, Alex Sandro de Souza Flexa, de 41 anos, foi preso na última quarta-feira (30), durante uma operação conjunta das Polícias Civis do Amapá e de Goiás.

Segundo a polícia, após o assalto, Alex Sandro fugiu para o exterior. A troca de informações com o Grupo Especial de Investigação de Homicídios (GIH) de Senador Canedo e de Trindade, ambas cidades de Goiás, foi fundamental para o cumprimento do mandado de prisão preventiva, expedido pela 1ª Vara da Comarca de Oiapoque (AP). O acusado foi encaminhado à Unidade Prisional de Senador Canedo, onde permanece à disposição da Justiça.

Véspera do ano-novo

O crime ocorreu na madrugada de 31 de dezembro de 2019, quando a embarcação Comandante Sadam foi atacada no Rio Oiapoque. O barco transportava uma carga de 1.500 bexigas natatórias de peixe, conhecidas como “grude de peixe” — um produto de alto valor comercial destinado à exportação, avaliado em cerca de R$ 400 mil.

Roubo à embarcação ocorreu no Rio Oipoque. Foto: Seles Nafes

Os criminosos, encapuzados e vestidos de preto, agiram com extrema violência. Armados com fuzis e pistolas, renderam a tripulação e subtraíram toda a mercadoria, além dos equipamentos de comunicação da embarcação – para impedir qualquer rastreamento imediato na ocasião.

Investigação

A investigação foi conduzida pela equipe do Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (CIOSP) de Oiapoque. A apuração não só identificou os autores do roubo, como revelou a existência de uma organização bem estruturada, envolvida em outros crimes na região.

Com base em depoimentos e diligências, os investigadores conectaram diversos suspeitos ao roubo. O inquérito resultou em prisões anteriores e, recentemente, novas pistas levaram à identificação de quatro envolvidos: Elkerjer Souza Pinto, o “Barriga”; Diego dos Santos Barreto; Lucas Martins Meneses; e Alex Sandro de Souza Flexa, preso dois dias atrás.

As investigações apontaram que “Barriga” era um dos líderes do grupo, responsável por planejar e financiar os crimes. A Polícia descobriu que ele havia adquirido uma caminhonete Toyota Hilux prata, avaliada em R$ 105 mil, em uma transação suspeita — parte em dinheiro e parte na troca por duas canoas.

A origem dos recursos levantou suspeitas, reforçadas pelo depoimento da ex-companheira de “Barriga”, que afirmou ter ouvido rumores de que o veículo fora comprado com dinheiro oriundo do roubo do “grude”. Por precaução, ela decidiu vendê-lo por um valor abaixo do mercado.

O caso ganhou ainda mais complexidade com a revelação de que “Barriga” e seus comparsas – entre eles, os já falecidos “Gigante” e “Sapo” – estariam ligados a outros roubos de “grude de peixe” nos municípios de Oiapoque e Calçoene.

Com base nas provas reunidas, o Ministério Público denunciou Elkerjer Souza Pinto, o “Barriga”, por roubo majorado e por integrar organização criminosa. Diego dos Santos Barreto, Lucas Martins Meneses e Alex Sandro de Souza Flexa também foram denunciados por roubo majorado.

O inquérito informou que a morte de Lucas Martins Meneses, ocorreu durante uma intervenção policial em janeiro de 2022.

Seles Nafes
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