Por SELES NAFES
A Justiça manteve a prisão em flagrante da ex-advogada Júlia Caparroz, de 38 anos, detida no último sábado (9) no Porto do Grego, em Santana, município a 17 km de Macapá. Segundo informações apuradas pelo Portal SN, ela chegava de mudança com a família para recomeçar a vida no Amapá.
De acordo com as investigações, Júlia teve o registro na OAB de São Paulo cancelado após sucessivos processos por estelionato e falsificação de documentos. Ela é acusada de falsificar assinaturas em procurações e ingressar com ações de indenização contra bancos, recebendo valores indevidos. Os golpes teriam começado em 2014, e ela chegou a ser presa preventivamente em 2017, quando morava em Natal (RN).
Os advogados dela no Amapá receberam informações que Júlia teria respondido a pelo menos 35 processos, sendo condenada em 28 deles, e que já existiriam 14 mandados de prisão contra ela. No entanto, ressaltam que essas informações ainda estão sendo apuradas. A defesa é conduzida pelos advogados Mayck Oliveira, Gleicy Oliveira e Gabriel Albéniz.
Nos últimos anos, Júlia vivia no Pará, onde passou a empreender no ramo de confeitaria e produção de bolos. A intenção, segundo apuração do portal, era transferir o negócio para Macapá. Ela chegou ao Amapá com o marido, quatro filhos e a mãe idosa.

Júlia Caparroz trouxe as filhas, marido e mãe para morarem no Amapá

Advogada Gleicy Oliveira: requisitos para prisão domiciliar
A prisão ocorreu durante o desembarque do navio, em Santana, após policiais militares receberem denúncia anônima de que uma foragida da Justiça estaria a bordo. Durante a abordagem, ela se identificou como Maria Júlia de Souza, mas foi devidamente identificada após perícia com as digitais. Ela usava o nome falso há pelo menos sete anos e registrou os dois últimos filhos com ele.
Crianças
Ainda no sábado, durante audiência de custódia, a defesa solicitou a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, como restrição de circulação, mas o pedido foi negado pelo magistrado de plantão.
“É mãe de 4 crianças menores, sendo uma de 1 ano, 4 anos, 8 anos e 10 anos, além da mãe que depende exclusivamente dela, pois é idosa, sofreu um AVC recente e possui um lado do corpo paralisado”, explicou a advogada Gleicy Oliveira.
“A defesa irá buscar remédios que possibilitem a revogação da prisão, com ou sem aplicação de cautelares diversas, uma vez que preenche os requisitos para uma domiciliar, por exemplo”, acrescentou.
Os filhos de Júlia Caparroz estão sob a guarda do pai. Ela foi transferida ainda no fim de semana para o Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).