Por RODRIGO DIAS
A Polícia Civil do Amapá concluiu a identificação das oito vítimas da chacina ocorrida, na semana passada, em uma região de garimpo no município de Almeirim, na divisa entre os estados do Amapá e Pará. O trabalho minucioso revelou a origem diversificada dos mortos, contrariando a informação inicial de que todos seriam amapaenses.
Segundo as investigações, o grupo de nove homens havia visitado uma área de terra e foi emboscado no trajeto de volta para casa. A lista divulgada pelas autoridades mostra que, apesar de todos residirem em cidades amapaenses, as vítimas eram naturais de diferentes partes do país: quatro paraenses, dois maranhenses e dois amapaenses.
O grupo saiu do Amapá na sexta-feira (1º de agosto) com destino ao Pará. Na segunda-feira (4), quando retornava para Laranjal do Jari, foi surpreendido por um ataque a tiros.
O local exato e os detalhes do crime ainda estão sob investigação, mas a brutalidade do ato deixou um rastro de luto e indignação.
As vítimas são:
Paraenses:
Gustavo Gomes Pereira, 30 anos, de Ourilândia do Norte;
Paulo Felipe Galvão Dias, 30 anos, de Capitão Poço;
Jânio Carvalho de Castro, 35 anos, de Bom Jesus do Tocantins;
Dhony Dalton Clotilde Neres, 35 anos, de Itaituba.
Amapaenses:
Elison Pereira de Aquino, 23 anos;
Luciclei Caldas Duarte, 39 anos, ambos de Laranjal do Jari.
Maranhenses:
José Nilson de Moura, 38 anos, de Lagoa da Pedra;
Antônio Paulo da Silva Santos, 61 anos, de Cedro.

Grupo estava no local para negociar a compra de terras, quando foi abordado por homens armados

Corpos foram jogados no rio. Foto: Reprodução
A esperança de elucidar o caso está no depoimento do único sobrevivente, um nono homem resgatado pelo Grupo Tático Aéreo (GTA) do Amapá. O testemunho dele será crucial para que a polícia descubra a motivação do ataque e identifique os responsáveis por mais esta tragédia que assombra as áreas de garimpo da região.
A Secretaria de Segurança Pública do Amapá (Sejusp) informou que as investigações sobre as execuções estão avançando “de forma significativa e já se tem suspeitos identificados no caso“.
“Em ação conjunta e integrada com a Polícia judiciária do Pará, a Polícia Civil do Amapá trabalha intensamente para levar os responsáveis à justiça o mais rapidamente possível, garantindo o rigor e a transparência que o caso exige”.