Por SELES NAFES
Os sete presos acusados de participação na chacina ocorrida em um garimpo de Almeirim, na divisa entre o Amapá e o Pará, serão apresentados em audiência de custódia nesta quarta-feira (13), apesar de as prisões terem sido determinadas pela Justiça.
Entre os detidos estão quatro soldados lotados na Patamo, em Macapá. Eles são integrantes da turma de 2024 da Polícia Militar. O quinto policial preso é um sargento que atua em Laranjal do Jari.
A advogada Dirce Bordalo, que representa o sargento, informou que ainda não tem detalhes da investigação e que só deve se posicionar nos próximos dias. O Portal SN tenta contato com a defesa dos mais acusados.
O sargento permanece detido na Delegacia de Polícia de Laranjal do Jari, junto com o guarda municipal Franck Alves do Nascimento e o garimpeiro Benedito Rodrigues Nascimento. Já os quatro soldados foram transferidos para um batalhão da PM em Macapá.
As prisões ocorreram simultaneamente em Macapá, Laranjal do Jari e Almeirim (PA), e foram respaldadas por mandados judiciais. As investigações são conduzidas pela Polícia Civil do Amapá, que atua no caso devido à extraterritorialidade, com apoio das forças policiais do Pará.

Soldados são da turma de 2024

Policial civil cumprindo mandado de busca na residência de um dos policiais

Delegado geral de polícia Cézar Vieira durante coletiva
O crime
A chacina aconteceu no dia 3 de agosto, em uma área de garimpo ilegal no Vale do Jari, município de Almeirim (PA). As vítimas, a maioria moradora do Amapá, foram vistas vivas pela última vez quando se comunicaram com familiares por WhatsApp. Os corpos começaram a ser localizados no dia 7.
Segundo parentes, o grupo viajava para fechar a compra de um terreno e levar ferramentas e maquinário para a extração de ouro. Eles estavam em duas caminhonetes, incendiadas após o ataque. Apenas um sobrevivente, resgatado pelo Grupo Tático Aéreo (GTA) do Amapá, conseguiu escapar.

As vítimas da chacina
A principal linha de investigação é que as vítimas tenham sido confundidas com assaltantes que, dias antes, roubaram ouro de um garimpeiro local. Esse garimpeiro teria contratado um grupo de “seguranças” armados — entre eles os policiais e o guarda municipal — para capturar os supostos ladrões. O grupo acabou encontrando e executando as oito vítimas, incluindo o catraieiro que as transportava.
O Portal SN tenta contato com a defesa dos acusados.