Por SELES NAFES
Os jornalistas Heverson Castro e Iran Fróes foram liberados na noite deste domingo (17), após mais de seis horas presos em uma cela da Delegacia de Crimes Contra a Mulher (DECCM). A detenção ocorreu depois de ambos terem sido agredidos pelo prefeito de Macapá, Antônio Furlan (MDB), e por seus assessores. A soltura foi determinada logo após a perícia da Polícia Científica não encontrar sinais de violência em uma assessora do prefeito, que havia alegado ter sido agredida.
Imagens de celular registraram toda a confusão e desmentiram a versão oficial de Furlan, segundo a qual ele teria sido atacado pelos jornalistas. O vídeo mostra o momento em que o prefeito se recusa a responder uma pergunta sobre o cronograma das obras do hospital da zona norte e, em seguida, aplica uma gravata em Iran Fróes, retirando-o à força do local. O prefeito só não continuou as agressões porque foi contido por um assessor.
Na sequência, outros assessores imobilizaram os jornalistas e acionaram a Guarda Municipal, que algemou os comunicadores e os apresentou na delegacia como supostos agressores do prefeito e de duas assessoras. No entanto, apenas uma delas foi submetida ao exame de corpo de delito, cujo resultado foi negativo.

Sequência das agressões
Apesar de não ter registrado queixa formal, Furlan divulgou uma nota oficial afirmando ter sido agredido — versão desmentida pelas imagens.
“Não existe democracia sem liberdade de imprensa. As horas que passei naquela cela me deram ainda mais força para combater o bom combate. Quem me conhece sabe que eu não me escondo atrás de mulheres para criar uma narrativa de uma agressão que não existiu. Nós somos as vítimas. O prefeito usou a estrutura da prefeitura e a Guarda Municipal contra nós”, declarou Heverson Castro, em entrevista ao jornal Diário da Gente, na saída da delegacia.