Por RODRIGO DIAS
A Justiça de Goiás autorizou a transferência de José Edno Alves de Oliveira, conhecido como “Marujo”, para o Amapá. Apontado como o mandante da chacina que resultou na morte de oito garimpeiros na divisa entre Amapá e Pará, Marujo foi preso no último sábado (16), em Samambaia (DF), e levado para a Delegacia Regional de Polícia de Luziânia (GO).
A decisão de recambiamento foi proferida pelo juiz Victor Alvares Cimini Ribeiro, da 1ª Vara Criminal de Luziânia, que citou a superlotação das unidades prisionais da comarca. Em sua sentença, o magistrado destacou que as prisões locais não possuem condições de receber novos detentos, justificando a transferência do suspeito. A medida visa garantir que ele responda pelo crime na comarca onde o mandado de prisão foi expedido.
O rastro de violência e a investigação policial
A chacina ocorreu em uma área de garimpo na fronteira entre os dois estados. A Polícia Civil acredita que as oito vítimas, que negociavam terras na região, foram confundidas com assaltantes de ouro que agiam na área dias antes. Os corpos foram encontrados em pontos distintos da mata e do rio Jari, e duas caminhonetes usadas pelo grupo foram incendiadas. Um dos garimpeiros conseguiu sobreviver ao ataque e foi resgatado com vida.

Oito mortos na chacina
A investigação da Polícia Civil do Amapá já resultou na prisão preventiva de outros sete suspeitos:
Cinco policiais militares: sargento Douglas Vital Carvalho Costa e os soldados Matheus Cardoso de Souza, José Paulo Pinheiro da Silva Júnior, Iago Jardim Fonseca e Emerson Freitas dos Passos.
Um guarda civil: Franck Alves do Nascimento.
Um garimpeiro: Benedito Rodrigues Nascimento.
As oito vítimas foram identificadas como: Antônio Paulo da Silva Santos, Dhony Dalton Clotilde Neres, Elison Pereira de Aquino, Gustavo Gomes Pereira, Jânio Carvalho de Castro, José Nilson de Moura, Luciclei Caldas Duarte e Paulo Felipe Galvão Dias.
A polícia segue investigando o caso para esclarecer a motivação do crime, a dinâmica dos acontecimentos e se há mais pessoas envolvidas. A transferência de Marujo é considerada uma etapa crucial para o avanço das investigações.