Por JONHWENE SILVA, de Santana
Na 54ª Expofeira Agropecuária, uma startup criada em Santana, a 17 km de Macapá, apresenta uma proposta inovadora: transformar sedimentos do rio Amazonas e rejeitos de caulin em argamassa sustentável. A ideia é ganhar espaço no mercado local e avançar para a produção em larga escala.
A Mazodan foi fundada em 2021 pelo engenheiro de produção Michel Carvalho. O objetivo é dar destinação a materiais que, em geral, representam problemas ambientais, como o assoreamento dos rios e os rejeitos da mineração.

A argamassa sustentável da Mazodan promete reduzir custos na construção civil e gerar renda local
“O conceito não é simplesmente produzir argamassa, e sim criar um produto cuja matéria-prima tem origem na natureza. Esses dois elementos são abundantes e, ao mesmo tempo, causam impacto ambiental quando descartados sem controle”, explica Michel.
Segundo ele, a iniciativa abre caminho para uma nova cadeia produtiva, com possibilidade de geração de renda para comunidades que recolham os sedimentos e rejeitos. “A argamassa é mais barata e está pronta para ser produzida em larga escala, atendendo inicialmente a construção civil no Amapá”, acrescenta.
Michel destaca ainda o potencial de impacto social do projeto.

A exposição na Expofeira também tem servido para atrair investidores
“É um leque grande de possibilidades. Uma delas é a redução dos custos na construção civil. Outra é a criação de renda para ribeirinhos, indígenas, quilombolas ou pessoas em situação de vulnerabilidade que possam coletar esse material em um modelo extrativista sustentável”, afirma.
A exposição na Expofeira também tem servido para atrair investidores.
“Acredito que o uso desses minerais, com manejo responsável, pode tornar a argamassa um produto rentável e ambientalmente correto”, conclui o engenheiro.

A ideia é ganhar espaço no mercado local e avançar para a produção em larga escala