Por HUMBERTO BAÍA
Na madrugada desta terça-feira (9), o Amapá perdeu uma de suas vozes mais importantes na defesa dos direitos indígenas: Erlis dos Santos Karipuna, de 53 anos. A notícia de sua morte em Macapá causou grande comoção, especialmente no município de Oiapoque, a 590 km da capital, onde ele exerceu papéis de destaque na política e na vida comunitária.
Erlis Karipuna ficou conhecido pela atuação firme e comprometida na promoção dos direitos indígenas, sempre pautado pelo diálogo e pelo trabalho coletivo. Ao longo de sua trajetória, foi professor e gestor público.
A militância de Erlis começou em 1995, quando passou a atuar no Conselho Indigenista Missionário (CIMI), marcando o início de uma vida dedicada à luta pelos povos originários. Desde então, Erlis construiu uma carreira sólida em defesa de sua comunidade, deixando marcas em diversas instituições e órgãos públicos por onde passou.
Em 2016, foi eleito vice-prefeito na chapa de Maria Orlanda (PSDB). Em julho de 2020, com o afastamento judicial dela, Erlis foi empossado como prefeito. Contudo, dois meses depois de ter sido empossado, a Câmara extingiu o mandato por entender que ele acumulou salários de professor e vice-prefeito.

Ao ser empossado com Maria Orlanda…

…e ao assumir como prefeito, em 2020, após afastamento de Maria Orlanda. Fotos: Humberto Baía/SN
A causa da morte não foi divulgada pela família, mas amigos relataram que o ex-prefeito lutava contra um câncer.
O velório e o sepultamento ocorrerão na Aldeia do Manga, local de grande importância para a família dele e a comunidade.
“Erlis será lembrado não apenas como líder, mas como exemplo de dedicação e serviço em prol dos povos indígenas do Amapá e do Brasil”, disse um amigo.

No início da militância já como professor

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