Por SELES NAFES
A Justiça do Amapá converteu em preventiva a prisão do soldado da Polícia Militar, Gilvam Endryl Seixas Barros, de 23 anos, preso em flagrante na noite da última sexta-feira (12) após participar de um assalto a um mercantil no distrito de Abacate da Pedreira, zona rural de Macapá. O juiz rejeitou o pedido da defesa para que o militar respondesse em liberdade, sob o argumento de que ele será pai em aproximadamente dois meses, e de que preencheria os requisitos para responder em liberdade.
A ação criminosa ocorreu em um minibox. De acordo com a ocorrência, dois homens armados — um deles trajando a farda da Polícia Militar — subtraíram dinheiro e produtos alimentícios. Eles fugiram em um carro modelo Onix vermelho com a traseira avariada.
Uma equipe da Patamo localizou o veículo na Rodovia AP-70 e prendeu Gilvam, que usava uniforme da corporação com a identificação encoberta por fita isolante, além de portar uma pistola institucional calibre .40 com 14 munições. O comparsa, identificado como Alan Alves Lobato, trajava roupas semelhantes ao fardamento das Forças Armadas.
Na abordagem, os policiais encontraram ainda um simulacro de arma de fogo tipo airsoft, uma balaclava (capuz), porções de maconha, dinheiro em espécie (R$ 39), além de alimentos como biscoitos e uma caixa de chocolates supostamente levados do mercantil. A vítima reconheceu o soldado como um dos autores do roubo, relatando que ele entrou fardado no estabelecimento, pegou produtos e saiu sem pagar, enquanto o comparsa finalizou a ação.

Audiência de custódia neste sábado. Advogado alegou que fatos narrados são “ilógicos”
A defesa do policial, conduzida pelo advogado Lourran Barros, questionou o parecer do Ministério Público que opinou pela prisão preventiva do policial.
“Os fatos narrados são totalmente ilógicos e distorcidos da realidade. É réu primário, tem endereço certo e não se furtará do processo e nem das investigações. Não esboçou nenhum topo de risco de fuga, pelo contrário, narrou e prestou depoimento perante a Corregedoria”, ponderou, acrescentando que medidas cautelares seriam suficientes para garantir que ele participará do processo.
“Daqui a dois meses ele terá seu primeiro filho e a família precisa dele”, acrescentou

Fotos da prisão juntadas ao processo
Ao avaliar a prisão na audiência de custódia, o magistrado destacou que o crime foi cometido com emprego de arma de fogo, concurso de agentes e utilização indevida de farda da PM, o que aumenta a gravidade da conduta e coloca em risco a confiança da sociedade na instituição. O juiz ressaltou ainda que a liberdade do acusado poderia incentivar a prática de novos crimes e comprometer a ordem pública, uma vez que o soldado tinha acesso a armamento institucional e informações privilegiadas.
O Portal SN apurou que Endryl é da turma de 2024, e que estava lotado no 12º Batalhão de Oiapoque, onde levantou suspeitas de envolvimento com o uso de drogas. Por conta disso, ele estava atuando na parte administrativa do batalhão e seguia sendo monitorado pelo serviço de inteligência da corporação.
O soldado foi transferido para o Centro de Custódia do Zerão, na zona sul de Macapá.