Da REDAÇÃO
O sistema prisional do Amapá deu prosseguimento, no sábado (27), às movimentações carcerárias estratégicas. Mais de 500 detentos do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) foram redistribuídos entre diferentes alas durante a segunda fase da Operação Tabuleiro, deflagrada pelas forças de segurança do Estado.
A iniciativa tem como meta fragilizar a estrutura das facções que, mesmo de dentro do presídio, seguem comandando atividades criminosas, como tráfico de drogas, homicídios e extorsões. Segundo o governo, a transferência em massa foi planejada para misturar internos de diferentes perfis e hierarquias, dificultando a formação de blocos coesos de poder e, consequentemente, a manutenção da disciplina criminosa.
“É quebrar esse zoneamento de faccções. A gente não mistura, mas é quebrar a territorialidade que eles estabelecem dentro dos pavilhões, criando tocas e fazendo a rede de comunicação e corrupção deles”, explicou ao Portal SN o delegado Luis Carlos Gomes, diretor do Iapen.

Operação foi comandada pela Polícia Penal. Fotos: Sejusp
Medida de contenção
A estratégia faz parte de uma série de medidas voltadas ao reforço da segurança no “Cadeião” — como é conhecido o complexo penitenciário onde ficam os criminosos condenados. Além do remanejamento, houve reforço na vigilância, inspeções mais rigorosas e ampliação das ações de inteligência dentro da unidade. Não foram anunciadas apreensões relevantes.
Fontes ligadas à operação destacam que o objetivo é romper a linha de comando das facções, que costumam se reorganizar rapidamente sempre que o Estado intervém.
A Operação Tabuleiro, segundo a Secretaria de Justiça e Segurança Pública, continuará em fases sucessivas para manter pressão constante sobre os grupos criminosos. As autoridades avaliam que o controle efetivo do Iapen é fundamental para reduzir os índices de violência nas ruas de Macapá e do interior do Estado.