“PRF implica com tudo”: polícia ironiza flagrante de picape com voadeira de 15 metros

Amarrada com diversos tipos de cordas sobre o teto de uma Hilux, a voadeira excedia em vários metros os limites dimensionais do veículo.
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Por RODRIGO DIAS

Uma cena inusitada chamou atenção na BR-156, no município de Oiapoque, a 590 quilômetros de Macapá, e rapidamente viralizou nas redes sociais. Um motorista foi flagrado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) transportando, perigosamente, uma voadeira de quase 20 metros, de forma totalmente irregular.

A embarcação, comumente utilizada na travessia do Rio Oiapoque para a Guiana Francesa, tinha comprimento estimado em três vezes o tamanho da picape que a carregava. Amarrada com diversos tipos de cordas sobre o teto de uma Hilux, a voadeira excedia em vários metros os limites dimensionais do veículo.

O flagrante ocorreu na última quinta-feira (9), durante uma barreira policial no posto de fiscalização da PRF na entrada da cidade. Além da voadeira no teto, a picape também transportava cargas na carroceria e dentro da própria embarcação. O destino final do veículo e das mercadorias não foi informado.

A ação ousada — porém imprudente — resultou em autuação. O motorista, que não teve o nome divulgado, foi multado em R$ 195,23.

De acordo com o artigo 248 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), “transitar com o veículo com suas dimensões ou de sua carga superiores aos limites estabelecidos legalmente ou pela sinalização, sem autorização, é infração grave, com penalidade de multa e retenção do veículo para regularização”.

A picape e a embarcação foram retidas no pátio do posto. A liberação só ocorreu após o responsável providenciar o transbordo da voadeira para um transporte adequado, em conformidade com as normas de trânsito.

Embora a cena tenha sido tratada como “inusitada” por quem desconhece a rotina da fronteira – onde voadeiras são essenciais para o transporte de passageiros e cargas em rios, inclusive no acesso a garimpos clandestinos no território francês –, a PRF destacou o risco que esse tipo de transporte representa.

Em nota divulgada, a corporação ironizou a crítica recorrente de que a polícia “implica com tudo” e reforçou que “não é inovação: é perigo”.

“O que parece uma solução rápida pode, na prática, transformar a estrada em risco para todos. Transportar embarcações, cargas ou qualquer objeto de forma irregular não é inovação: é perigo”, alertou a PRF.

A corporação ressaltou ainda que, embora a fiscalização tenha caráter punitivo, o objetivo principal é garantir segurança nas rodovias.

“Antes de improvisar, reflita: esta decisão protege ou coloca vidas em risco? Segurança sempre em primeiro lugar”, concluiu a PRF.

Seles Nafes
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