Pastor intervém em divórcio por vício no jogo do tigrinho e casal desiste da separação

Oficial de Justiça de Macapá retornou a casa do casal um dia após entregar o mandado e, com uma palavra de fé, ajudou na reconciliação.
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Por RODRIGO DIAS

O caso de divórcio de um casal da zona norte de Macapá, que chamou a atenção por ter sido motivado pelo vício da esposa em jogos de apostas online, o popular “Jogo do Tigrinho”, ganhou um desfecho inesperado e comovente.

O casal reatou o relacionamento e desistiu da separação após uma intervenção do Oficial de Justiça que levou a citação, Gesiel Oliveira, que também atua como pastor.

O desdobramento foi compartilhado pelo próprio Gesiel em suas redes sociais nesta sexta-feira (17). Ele havia relatado no dia anterior a situação dramática do casal com três filhos, em que a mulher havia comprometido financeiramente a família, levando o marido a pedir o divórcio.

“Ontem fui como oficial de justiça levar a citação do divórcio para aquele casal. Hoje voltei lá como pastor para levar a Bíblia e uma Palavra de Deus”, resumiu Gesiel em sua postagem.

O Oficial de Justiça contou que, após entregar o mandado de citação, voltou para casa incomodado por não ter oferecido uma palavra de conforto e orientação, dada a sua vocação pastoral.

Gesiel: “Bastou, na verdade, um conselho, uma palavra somente, para que aquele casal reatasse os seus laços. Esqueceram a ação judicial de lado, se abraçaram, foi uma emoção”

“Fui dormir preocupado pensando: ‘sou pastor e poderia ter deixado uma palavra naquela hora’”, relatou.

Motivado por essa reflexão, Gesiel retornou à residência na manhã seguinte. Desta vez, não levava um mandado judicial, mas a Bíblia Sagrada. Conversou com o casal sobre o amor de Deus e citou passagens bíblicas sobre o cuidado com a família e a importância de edificar o lar.

A intervenção surtiu efeito imediato.

“Bastou, na verdade, um conselho, uma palavra somente, para que aquele casal reatasse os seus laços. Esqueceram a ação judicial de lado, se abraçaram, foi uma emoção”, descreveu Gesiel.

O desfecho foi celebrado pelo servidor, que se emocionou com a reconciliação, especialmente por causa das três crianças envolvidas.

“Senti a presença de Deus naquele lugar”, afirmou.

O caso, inicialmente, serviu de alerta sobre a crise social e familiar causada pelo avanço dos jogos de azar online no Amapá. A primeira reportagem, baseada no relato de Gesiel como Oficial de Justiça, destacava que o vício da mulher no “Jogo do Tigrinho” levou à dilapidação do patrimônio e ao endividamento do marido, culminando no pedido de divórcio.

Na ocasião, Gesiel havia alertado sobre o crescimento de casos semelhantes, classificando o vício em apostas como uma “doença social” e afirmando ter entregue quatro ações de divórcio com a mesma motivação nas últimas duas semanas em Macapá.

Apesar do final feliz para a família em questão, o servidor mantém o apelo pela conscientização.

“O que falta muitas vezes é isso, né, é uma atenção especial, é alguém que converse, que dialogue, enfim”, concluiu Gesiel, feliz por ter podido aliar suas duas funções para transformar a vida do casal.

Seles Nafes
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