Por SELES NAFES
O Amapá registrou crescimento significativo na comercialização de madeira nativa em tora em 2024, segundo o novo Anuário do Imaflora. O levantamento, produzido com base em dados da Plataforma Timberflow, mostra que o Estado passou a ter papel mais relevante no mercado regional, com Mazagão consolidado como principal polo madeireiro. O município respondeu por mais de 60% de todo o volume transacionado no território amapaense ao longo do ano.
O Anuário do Imaflora aponta que o crescimento das vendas de madeira nativa em tora no Amapá — assim como no Acre — contribuiu para uma reorganização dos negócios na Amazônia Legal. Embora o Pará permaneça líder absoluto no ranking nacional, seguido pelo Mato Grosso, o estudo indica que há um movimento de redistribuição das operações florestais, da logística e das compras responsáveis na região.
Além da mudança territorial, marcada pela ascensão de Amapá e Acre e pelo ajuste do mercado no Mato Grosso, o Anuário destaca a força do mercado interno, especialmente São Paulo, e o avanço das exportações para destinos altamente exigentes. Os Estados Unidos são o principal comprador direto de madeira da Amazônia Legal, absorvendo 27,41% do volume exportado, seguidos pela Holanda (11,89%) e França (11,65%).
Amapá
Em 2024, a exploração florestal no Amapá manteve alta concentração em poucas espécies. Dez delas representaram 89% de toda a produção. Entre as mais comercializadas estão Dinizia excelsa (angelim-vermelho), Manilkara huberi (maçaranduba) e Dipteryx odorata (cumaru), que juntas corresponderam a cerca de 70% do total extraído no Estado.

Madeira retirada com plano de manejo que garante a reprodução das espécies. Foto: Seles Nafes
A maior empresa do setor no estado é a TW Forest, que opera com plano de manejo sustentável na região do Maracá, em Mazagão. A empresa foi recentemente fiscalizada pelo Batalhão Ambiental da Polícia Militar.
A vistoria constatou que todas as operações estavam dentro dos parâmetros legais, reforçando a regularidade da empresa em um momento de aumento da demanda e reconfiguração do setor madeireiro no Estado. A exploração ocorre em parceria com mais de 1 mil famílias do Assentamento Agroextrativista do Maracá. Outras três empresas também passaram no crivo.

