Da REDAÇÃO
Dois irmãos que circulavam como atiradores esportivos transformaram o registro de CAC de um deles em um canal de abastecimento de armas para facções criminosas no Amapá, segundo a polícia. À primeira vista, a dupla mantinha uma rotina comum de frequentar clubes de tiro e lojas especializadas; por trás disso, operava um esquema que colocava armamento legal nas mãos de grupos envolvidos em homicídios, roubos e disputas por territórios do tráfico.
A investigação revelou que as compras eram feitas de forma regular, mas rapidamente desviadas para o crime. Pelo menos dez armas de fogo teriam sido comercializadas pela dupla, que estruturou o esquema de maneira simples: um irmão comprava, o outro recebia pagamentos, armazenava o material e cuidava da logística das entregas. A fachada era limpa, mas o destino do arsenal era tudo menos legal.

Segundo a polícia, um irmão comprava e …

… o outro recebia pagamentos, armazenava o material e cuidava da logística das entregas
O avanço das apurações levou à Operação Janus, deflagrada pela DRACO em ação conjunta com a CORE. A ofensiva cumpriu dois mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão. A ação se prolongou após um dos suspeitos tentar fugir quando percebeu a aproximação das equipes, sendo capturado depois de uma nova perseguição.
“As investigações mostram que os irmãos usavam o registro de CAC como fachada para alimentar facções do estado com armas e munições. Pelo menos dez armas foram desviadas. A operação de hoje é resultado direto desse trabalho, com prisões, buscas e a captura de um dos investigados que tentou fugir”, afirmou o delegado Estéfano Santos, da DRACO.
O nome da operação faz referência ao deus romano de duas faces, Janus, escolhido para simbolizar a dualidade dos investigados: uma face pública legalizada e outra voltada ao abastecimento do crime organizado.

