Detento se passava por médico e submetia mulheres a fetiche para chantagem

Esquema seduzia mulheres, registrava relações sem consentimento e extorquia valores de até R$ 12 mil
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Por OLHO DE BOTO

De dentro do Iapen, usando um perfil falso, José Augusto Miranda dos Santos se passava por médico bem-sucedido para aplicar o chamado “golpe do amor” em diversas mulheres. Entre 2015 e 2016, ele seduzia as vítimas com promessas de relacionamento e, após ganhar a confiança delas, exigia que mantivessem relação sexual com outro homem (seu enteado, Emanuel Tobias) apresentado apenas no momento do encontro. O ato era gravado sem o conhecimento das mulheres e usado para chantageá-las.

Com os vídeos, o detento iniciava a extorsão. As vítimas eram pressionadas a entregar dinheiro, em valores que chegavam a R$ 12 mil, além de montar cestas básicas, comprar chips de celular e até arrumar emprego para pessoas ligadas ao falso médico. A polícia identificou mais de 400 ligações suspeitas envolvendo o grupo, embora apenas oito vítimas estejam formalmente qualificadas até o momento.

Delegado Alan Moutinho, da 8ª DP, explica como funcionava o esquema do golpe do amor. Foto: Olho de Boto/SN

José Augusto já cumpre penas que ultrapassam 70 anos de reclusão pela série de crimes. Na manhã de quarta-feira (10), a Polícia Civil prendeu no bairro Infraero II o enteado dele, Emanuel Tobias, de 33 anos, que estava com mandado de prisão decretado por estelionato e é apontado como participante direto do esquema fora do presídio. Ele foi encaminhado à audiência de custódia e, em seguida, ao Iapen, onde deverá cumprir pena de 3 anos e 11 meses.

Segundo o delegado Alan Moutinho, cada integrante da organização criminosa tinha funções definidas, incluindo uma mulher responsável por enviar materiais ao presídio. As diligências continuam para identificar outras vítimas e envolvidos.

Seles Nafes
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