Por RODRIGO DIAS
Uma discussão entre um casal terminou em tragédia na madrugada deste domingo (28), em uma vila de quitinetes localizada na Avenida Macedônia, no bairro Renascer II, zona norte de Macapá. Yosmar Reve Camacho, de 32 anos, morreu após ser atingido no pescoço por um gargalo de garrafa de cerveja.
A principal suspeita do crime é a companheira da vítima, uma mulher trans conhecida pelo nome social Kelly Ramos, de 33 anos, que foi presa em flagrante pela Polícia Militar.
O crime
De acordo com informações do capitão Adriano Almeida, uma equipe do 2º Batalhão da Polícia Militar, comandada pelo sargento H. Maciel, foi acionada pelo Centro Integrado de Operações em Defesa Social (Ciodes) após moradores relatarem gritos de socorro e sons de briga vindos de um apartamento no andar superior do imóvel.
Ao chegarem ao local, os policiais encontraram a vítima caída, com sangramento intenso. A suspeita estava ao lado do corpo, tentando conter a hemorragia com uma toalha.

O gargalo usado no crime
Em depoimento preliminar à polícia, Kelly Ramos afirmou que mantinha relacionamento com a vítima há cerca de três meses e que ambos consumiam bebidas alcoólicas no momento da discussão. Segundo o relato, Yosmar teria avançado em sua direção durante o desentendimento, e ela reagiu utilizando uma garrafa de cerveja quebrada. O golpe atingiu a região do pescoço da vítima.
Equipes do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionadas e realizaram os procedimentos de emergência, mas a gravidade do ferimento impediu o salvamento. O óbito foi confirmado ainda no local.
A Polícia Científica do Amapá (Politec) realizou a perícia técnica na cena do crime, e o corpo foi removido para o Instituto Médico Legal (IML).
Prisão
Kelly Ramos recebeu voz de prisão em flagrante e foi conduzida à Delegacia de Polícia Civil para os procedimentos legais. Segundo a Polícia Militar, ela não apresentava lesões aparentes, colaborou com a guarnição e não houve necessidade do uso de algemas.
Moradores relataram que a suspeita havia sido candidata ao concurso “Mais Bela Negra Diversidade 2025”, informação que repercutiu nas redes sociais após o crime. Kelly também atua como passista em escolas de samba e como dançarina em outros segmentos culturais.
O caso segue sob investigação da Polícia Civil, que irá apurar as circunstâncias do ocorrido, incluindo a possibilidade de legítima defesa ou a configuração de homicídio.

