Por RODRIGO DIAS
Enquanto o sol do meio-dia castigava as pedras históricas da Fortaleza de São José, em Macapá, nesta segunda-feira (29), fãs da cantora Anitta já ocupavam os arredores do palco montado para o Réveillon do Amapá. O show da artista está previsto para as 22h, mas para alguns admiradores, a espera começou ainda pela manhã.
Entre eles está José Maria, aposentado de 67 anos, morador do bairro Cabralzinho e pai de cinco filhos. Fã declarado da cantora, ele chegou ao local por volta das 12h, cerca de dez horas antes da apresentação, para garantir o que chama de “lugar de honra” próximo à grade.
Fã declarado da cantora, ele chegou ao local por volta das 12h, cerca de dez horas antes da apresentação. Fotos: Rodrigo Dias
Ex-soldador, José Maria acompanha a trajetória de Anitta desde o início da carreira.
“Eu sigo desde a época do funk. Vi virar pop, internacional, e acompanho tudo pelas redes sociais”, conta. Segundo ele, a decisão de chegar cedo foi influenciada por experiências anteriores. No show de Roberto Carlos, no ano passado, chegou às 15h e já encontrou a área próxima ao palco completamente ocupada.
Desta vez, não quis correr riscos. Instalado a poucos metros da grade, levou quatro cadeiras para garantir conforto durante a longa espera.
“Vou em casa trocar de roupa e voltar com a camisa que tem a foto da Anitta”, disse, orgulhoso.
Fãs providenciaram toda uma logística …
… com marmitas e água para aguentar o calor
A logística também foi levada a sério por outros fãs. Mayck Fridman montou um verdadeiro kit de sobrevivência para enfrentar mais de dez horas de espera. Na mochila, itens de higiene pessoal, carregador de celular, capa de chuva, troca de roupa, além de água, lanches e cerveja. “É o básico”, brinca.
Para alguns, a noite representa o fim de uma longa espera. É o caso de Ju Borges, fã da cantora desde 2012, quando Anitta estourou nacionalmente com “Show das Poderosas”. Na época, ainda menor de idade, não conseguiu assistir a uma apresentação da artista.
“Agora vai. O governador fez a boa”, comemora.
A espera também virou momento de convivência. Os amigos Ronn Marinho e Ellen Winholte passaram o dia na Fortaleza compartilhando marmita e sombra. Morador da Zona Norte da capital, Ronn afirma que, apesar de já ter participado de projetos no local, esta é a primeira vez que passa o dia ali aguardando um show desse porte.
Os amigos Ronn Marinho e Ellen Winholte passaram o dia na Fortaleza compartilhando marmita e sombra
“Chegar cedo é o mínimo, ainda mais sendo um show gratuito”, avalia.
Ao lado dele, Ellen encara o calor com bom humor.
“Amigo é para essas coisas. Somos super fãs e estamos aqui firmes”, diz.