HUMBERTO BAÍA, DE OIAPOQUE –
A procura por hortaliças em Oiapoque é grande, mas a produção ainda é muito incipiente. Para se ter uma ideia, 80% dos produtos comercializados nas feiras do município vêm de Belém e São Paulo. Segundo o Sindicato dos Agricultores, o mercado é viável porque é compartilhado também por moradores da Guiana Francesa, que devido a diferença entre o Euro e o Real, fazem a feira no lado brasileiro.
Hoje, de acordo com o sindicato, a produção de legumes e verduras na fronteira, ainda está voltada para a agricultura familiar. Não tem nada sendo produzido em grande escala.
“O mercado ainda não é autossuficiente por conta da falta de uma política voltada para o pequeno produtor, e a certeza de vender o produto no preço justo ao consumidor”, disse o presidente do Sindicato dos Agricultores, Pedro Ivo.
Segundo ele, recentemente uma grande rede de supermercados da Guiana Francesa esteve pesquisando em Oiapoque a viabilidade de produzir cinco toneladas de alface. Mas a barreira sanitária e o pouco interesse dos agricultores não agradaram os compradores estrangeiros. Seria a oportunidade de gerar pelo menos 500 empregos diretos no campo.
Seu Zé Moraes (foto de capa), um agricultor que trabalha em uma propriedade de 2 hectares com esposa e dois filhos para manter uma pequena horta, enfrenta dificuldades. “Nossa maior dificuldade aqui é água para regar a horta duas vezes por dia. São necessários 10 mil litros diários durante o verão, mas a gente vai dando um jeito”, afirmou o agricultor.
Mas é possível observar que em dois anos seu Zé Moraes construiu uma casa nova, comprou um carro e uma motocicleta para o filho. Ele produz cebolinha, coentro e quiabo, tudo é vendido no comercio local.
Há dois meses a prefeitura de Oiapoque levou máquinas para a zona rural do município com objetivo de melhorar o escoamento da produção. Foram 10 quilômetros de ramal recuperados, o que contribuiu para melhorar a vida de muitos produtores, como o seu Zé Moraes.
Vários agricultores estão apostando na produção de açaí, inclusive, já começaram a plantar. “Com o preço elevado e uma demanda muito grande, em dois anos vamos colher uma boa safra, contrariando aqueles que dizem que a terra não e boa. Em Oiapoque se plantando tudo da”, garantiu o presidente Pedro Ivo.