Moradores da comunidade de Maracá, a 130 quilômetros de Macapá, no Sul do Amapá, decidiram manter o bloqueio da BR-156 mesmo depois da chegada de combustível para abastecer os geradores de energia. A Polícia Rodoviária Federal tentou negociar com os manifestantes, e por enquanto não pretende usar a força para liberar a estrada.
O protesto começou há 3 dias depois que a comunidade completou quase duas semanas sem energia elétrica. O bloqueio, que é parcial, ocorre próximo de uma ponte. Os manifestantes só deixam passar quem eles avaliam que pode, como veículos com crianças e ônibus.
Nesta terça-feira, mesmo depois que 10 mil litros de diesel chegaram para os geradores enviados pela Secretaria de Inclusão e Mobilização do Estado (Sims), eles decidiram manter o protesto.
“Os líderes perderam o controle e os manifestantes decidiram radicalizar. Conversamos com eles, mas por enquanto não pensamos em usar a força, apesar de ser uma prerrogativa da Polícia Rodoviária Federal”, diz o chefe do Núcleo de Policiamento da PRF, Jefferson Oliveira, que esteve no local.
Os manifestantes incluíram na pauta de reivindicações investimentos em educação e ampliação da geração de energia, que hoje é de apenas 12 horas por dia.
Eles montaram barracas e passam a noite inteira no local. Até crianças aparecem em um vídeo feito pela PRF sentadas em cadeiras no meio da estrada.
Na manhã desta terça-feira, 10, uma reunião de emergência no Palácio do Setentrião discutiu o assunto. O encontro envolve a PRF, Sims e outros órgãos.
“A intenção é fazer com que haja um comprometimento dos manifestantes em não bloquear mais a estrada por meio de um termo de ajustamento de conduta”, diz o superintendente da PRF, Aldo Balieiro.
Esse foi o terceiro bloqueio da BR-156 em menos de um mês, o segundo na região do Maracá.