HUMBERTO BAÍA, DE OIAPOQUE –
As atividades ilegais nos garimpos na Guiana Francesa têm tirado o sono das polícias francesa e brasileira, que não conseguem controlar o fluxo de pessoas na região, vindas de várias partes do Brasil e até de outros países. A garimpagem irregular acaba gerando uma série de outros problemas sociais como a prostituição e assassinatos.
A polícia francesa tem realizado operações constantes nas regiões de garimpo, mas como são áreas de difícil acesso o combate fica prejudicado. Mesmo assim, operações com a Arpia e Anaconda, realizadas desde o ano 2000, têm apresentado alguns resultados positivos com o fechamento de vários garimpos. O problema é que a polícia não tem como manter a segurança nesses locais e os garimpeiros voltam, recomeçando a exploração ilegal. É uma briga de gato e rato, onde o rato está levando vantagem.
Como os garimpos ficam em locais isolados, a prática da prostituição não tem precedentes. Sem fiscalização, até menores de idade acabam sendo exploradas sexualmente nessas regiões. Relatos de policiais brasileiros que participam de operações nos garimpos a convite da Polícia Francesa, apontam o quanto é difícil localizar esses garimpos.
Mas os problemas não param por aí. Os garimpeiros geralmente enfrentam os policiais franceses em meio à floresta demonstrando violência extrema, como foi o caso de dois militares franceses assassinados pelo garimpeiro brasileiro Manoel Moura Ferreira, o Manoelzinho, em 2012. Esse fato gerou uma das maiores operações realizadas pelos franceses em busca do criminoso, que acabou sendo preso pela Polícia Federal, e hoje tem como endereço o presídio de segurança máxima em Mato Grosso.
Na madrugada de segunda-feira, 9, mais um duplo homicídio foi registrado na floresta. Desta vez, foi um casal que trabalhava no garimpo conhecido como Limoeiro. Carlos André de Souza, 39 anos, e Alda Braga, de 44 anos, foram mortos a tiros por um homem conhecido como Mak Sandro. Os dois foram mortos de uma rede. O acusado está foragido.