Alerta: Ministério Público projeta “epidemia explosiva” de dengue para 2016

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DA REDAÇÃO – 

O Ministério Público, com base nos números de casos suspeitos de dengue em Macapá este ano, projeta para 2016 a ocorrência de uma “epidemia explosiva” da doença, caso não seja intensificado o combate ao mosquito aedes aegypti. Para tanto, recomendou a prefeitura da capital que adote uma série de providências a fim de evitar a epidemia de dengue, a proliferação de casos de Chicungunya e a circulação do zika vírus.

O titular da Promotoria de Defesa da Saúde Pública, André Araújo, destacou que a situação epidemiológica da dengue no Estado do Amapá é preocupante. Segundo ele, este ano já foram registrados 3.315 casos suspeitos, mais que o dobro de casos no mesmo período de 2014.

O MP reforça que o serviço de controle do vetor não pode parar

O MP reforça que o serviço de controle do vetor não pode parar

Além disso, o MP relembra a ocorrência da epidemia de Chicungunya em Oiapoque e a confirmação de 26 casos da doença em Macapá, sendo nove deles originados no próprio município. Além disso, já é possível considerar de importância epidemiológica a circulação do Zika Vírus, também transmitido pelo mosquito aedes aegypti, cujos sintomas da doença são muito semelhantes aos da dengue, porém, mais facilmente confundidos com a gripe.

“Outro aspecto muito preocupante é a circulação concomitante desses vírus, pois aumenta a vulnerabilidade da nossa população, especialmente em razão da associação do Zika Vírus a possíveis casos de malformação por microcefalia em recém-nascidos. Ou seja, a coisa é muito séria”, reforça o promotor.

Promotor André Araújo disse que com a aproximação do término do exercício fiscal 2015, quando tradicionalmente os municípios desmobilizam suas equipes de saúde, o trabalho de campo para a prevenção dessas epidemias pode ser prejudicado. Isso levou o MP a recomendar ao prefeito Clécio Luís, que ao final do exercício fiscal deste ano, não seja reduzida a oferta de serviços de saúde de qualquer natureza, em especial das ações de controle de vetor e manejo clínico de dengue, zika e chicungunya, devendo, para isso, a prefeitura de Macapá aportar os recursos necessários à execução dessas ações.

A borrifação de veneno e o fumacê devem ser intensificados na visão do MP

A borrifação de veneno e o fumacê devem ser intensificados na visão do MP

Veja as medidas emergenciais recomendadas pelo MP a prefeitura de Macapá:

1) Redefinir estratégias de vigilância epidemiológica e das ações de controle vetorial, com estabelecimento de fluxos mais oportunos e sensíveis à situação de crise;

2) Analisar e divulgar a situação epidemiológica do município quanto à ocorrência de dengue, zika e chicungunya;

3) Intensificar o fluxo de notificação das unidades de saúde das redes pública e privada, ressaltando que, para os casos suspeitos de chikungunya e óbitos suspeitos de dengue, a notificação deve ser imediata (em 24 horas, por meio de e-mail, fax ou telefone, conforme Portaria M/MS nº 1271, de 6 de junho de 2014);

4) Implementar o protocolo de manejo clínico do paciente com dengue, zika e chikungunya nas unidades de saúde, em todos os níveis de atenção à saúde (atenção básica, urgência e emergência e hospitalar), utilizando a classificação de risco como estratégia para definição de prioridades de atendimento e conduta adequada aos respectivos estadiamentos (A, B,C, D);

5) Envolver órgãos e instituições públicas no âmbito municipal, para ações intersetoriais de prevenção e controle da dengue;

6) Realizar campanha de sensibilização da população para as medidas de controle do vetor, bem como alertar sobre os sinais e sintomas da doença e os riscos da automedicação;

7) Levantar os recursos disponíveis no município, necessários às ações de bloqueio de transmissão e atenção aos pacientes com dengue (soro, cadeiras, suportes, etc.);

8) Identificar e priorizar áreas estratégicas para bloqueio costal no território e avaliar de forma compartilhada com a Secretaria de Estado da Saúde (SESA) a utilização de UBV pesado, também conhecido como fumacê, e, por fim, solicitar, caso necessário, apoio institucional da SESA e/ou da Vigilância em Saúde.

Seles Nafes
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