CÁSSIA LIMA –
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que em Macapá 33 mil cães e gatos são criados em domicílios do Amapá, mas não há estimativa de quantos vivem nas ruas. ONGs ligadas à proteção de animais afirmam que a situação é grave e é de saúde pública. O assunto foi tema de uma audiência na Câmara de Vereadores de Macapá, nesta sexta-feira, 27.
De acordo com o vereador Aucinei Maciel (PTB), autor da audiência, o caso exige atenção do setor de saúde municipal.
“Estamos propondo um controle mais rigoroso por parte dos setores de Zoonoses do Estado e do município. Isso é essencial para evitar a proliferação de doenças e também a multiplicação desses animais nas ruas”, frisou.
Quem trabalha diariamente com animais diz que já viu de tudo, desde de desnutrição até violência. Alcione Flexa, voluntária da ONG Anjos Protetores, conta que a situação mais absurda que presenciou foi a de um cachorro que tinha 3 anos e pesava 18 quilos quando deveria ter pelo menos 50 quilos.
”O cachorro era amarrado a um coqueiro que ficava no sol e na chuva sem água nem comida. Tem muitos casos assim. Não queremos tomar o cachorro do dono, mas sim conscientizar a população dos cuidados mínimos que devem ter com os animais”, pontuou a voluntária, que tem 4 cachorros em casa.
Segundo a presidente da ONG, Laudenice Monteiro, esse ano a entidade já retirou das ruas de Macapá cerca de 500 animais.
“Nós queremos que o pode público atue nessa área com ações que mudem essa situação. Queremos um código de defesa desses animais que realmente funcione, um centro de Zoonoses que tome providências e uma delegacia especializada”, destacou Laudenice.
O principal objetivo das ONGs é a execução do projeto de lei 1.884 aprovado pela Câmara de Vereadores de Macapá em 2011, que dispõe sobre a castração, educação da população, identificação dos animais e multas para quem maltratar e descumprir a lei.
“É necessário a criação de um Conselho Municipal dos Animais para trabalhar políticas públicas. Essa lei é muito boa, mas para ser executada é preciso que o prefeito sancione. Com ela muitas coisas mudariam na punição e educação da população”, explicou o presidente da Comissão de Defesa dos Direitos do Animais da OAB, Edmir Almeida.
Fotos dos animais: ONG Anjos Protetores