DA REDAÇÃO –
Morreu na tarde desta quinta-feira, 17, o técnico Gilberto Constâncio Pereira, de 42 anos, atingido por uma descarga elétrica na última terça-feira, 15, no Bairro Zerão, Zona Sul de Macapá. Ele estava internado em estado gravíssimo na UTI do Hospital de Emergência e respirava com ajuda de aparelhos. Depois da morte, colegas de trabalho fizeram um protesto em frente ao prédio da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA).
Gilberto tinha 17 anos de profissão e era considerado um dos mais experientes da empresa Mix, prestadora contratada pela CEA para fazer a manutenção da rede em todo o estado.
“Ele foi muito atingido, especialmente nos órgãos vitais. Os rins tinham parado e o fígado foi muito prejudicado”, informou o presidente do Sindicato dos Urbanitários, Audrey Cardoso. A entidade acompanhou os desdobramentos após o acidente, apesar de a vítima ser filiada ao Sindicato da Construção Civil.
Gilberto Constâncio estava numa equipe que tentava reparar um problema na rede que estava causando oscilação de energia no bairro. Em tese, a rede tinha sido desligada pela central, que fica na CEA, mas ele acabou sendo atingindo por uma descarga de 13 mil volts.
O técnico ficou pendurado por mais de 40 minutos no poste até ser resgatado. Um bombeiro que tentava descer a vítima também foi atingido, mas por uma descarga mais fraca e saiu sem ferimentos.
Assim que souberam da morte, colegas de Gilberto foram até o Hospital de Emergência e depois seguiram para a CEA onde bloquearam a Rua Manoel Eudóxio Pereira, no Bairro Santa Rita.
Os manifestantes incendiaram pneus e o trânsito precisou ser desviado pela Polícia Militar. Uma guarnição ainda tentou convencer a categoria a parar de usar fogo, mas acabou desistindo e concentrou em isolar a área.
Um carro de som foi colocado em frente à companhia onde manifestantes se revezavam nas reivindicações, a maioria delas por mais segurança. Técnicos informaram que a central que gerencia a rede de alta tensão da rua estaria sendo operada por pessoas sem a experiência necessária.
Além disso, poucas equipes possuem um aparelho que certifica que a rede está ou não energizada. O site SelesNafes.Com tentou falar com a diretoria de Operações da CEA, mas não conseguiu contato. O protesto só terminou no fim da tarde.
Esta foi a segunda morte este ano de um técnico da Mix. No dia 27 de agosto, Marco Aurélio dos Santos, de 39 anos, morreu ao ser atingido por uma descarga elétrica quando fazia manutenção na rede às margens da Rodovia Duca Serra.