CÁSSIA LIMA
O Comitê Gestor do Programa Minha Casa, Minha Vida, subordinado à prefeitura de Macapá, aguarda laudo técnico da Secretaria Municipal de Obras (Semob) sobre as rachaduras e infiltrações detectadas no conjunto Mucajá, no Bairro do Beirol, Zona Sul da capital. A construtora pode ser responsabilizada judicialmente.
A coordenação do Comitê acredita que o problema não foi ocasionado apenas pelo mau uso do conjunto. De acordo com a coordenadora do grupo, Mônica Dias, a obra ainda está no prazo de garantia. Uma visita técnica ocorreu na última terça-feira, 19.
“Identificamos problemas de rachaduras, infiltração e danos às estruturas. Pedimos explicações da construtora contratada pela prefeitura, e o laudo emitido por ela foi de mau uso dos moradores. Mas acreditamos que não é apenas isso. Queremos uma explicação e principalmente uma solução para essas famílias. A empresa nos deve isso”, enfatizou a coordenadora.
Na semana passada, o Site SelesNafes.Com mostrou o caso de moradores que temem que as infiltrações provoquem o desabamento de um dos prédios. A Semob ainda não emitiu o laudo sobre a estrutura, mas o laudo da construtora aponta que os problemas encontrados são em “decorrência da utilização inadequada da rede de água e esgoto.
Frascos de shampoo, restos de comida e lixo estariam provocando o entupimento da rede, apontou o laudo da empresa assinado pelo engenheiro e fiscal da obra, Paulo Chucre.
Já o Comitê Gestor também compreende que houve negligência da gestão anterior, que teria entregado o Conjunto Mucajá sem aplicar o Projeto de Trabalho Técnico Social (PTTS). O projeto daria orientação aos moradores sobre como utilizar os seus apartamentos, o que incluía direitos e deveres.
“Ainda não temos muitas definições, mas é certo que essas famílias precisam de uma solução o mais rápido possível e é isso que vamos buscar, se possível vamos até acionar judicialmente a construtora”, destacou Mônica Dias.
No dia 5 de fevereiro, outra visita com os membros do Comitê e Semob será feita aos moradores. A primeira encontrou muitos apartamentos fechados. O objetivo é coletar mais provas da situação total do conjunto.
O Mucajá possui 37 blocos, divididos em 16 apartamentos cada. O conjunto abriga 592 famílias em apartamentos contendo 2 quartos, banheiro social, sala e cozinha.
O Mucajá foi a primeira obra do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) a ser inaugurada no Estado do Amapá em 2011, na gestão do ex-prefeito Roberto Góes.