SELES NAFES
O governo do Amapá possui uma fortuna em aviões estacionados em seu hangar na área do Aeroporto Internacional Alberto Alcolumbre, em Macapá. E o pior, sem a mínima previsão de quando voltarão a voar. Um dos aviões, um Bandeirante para 12 passageiros, não voa há pelo menos 15 anos.
O avião está avaliado US$ 500 mil, cerca de R$ 1,7 milhão, e servia ao então governador João Capiberibe (PSB), que comandou o Estado entre 1995 e 2001. Depois disso o avião não teve mais manutenção.
A frota inclui ainda um ultraleve da Secretaria de Meio Ambiente do Amapá (Sema), um monomotor 210 do Grupo Tático Aéreo (GTA), além de outro Bandeirante que estava retido no estado de Minas Gerais por uma empresa de manutenção.
O site SELESNAFES.COM apurou que o segundo Bandeirante, com capacidade para 10 lugares, foi levado do Amapá em 2013 para passar por manutenção. A empresa de Uberlândia, contratada pelo governo do Estado para fazer o serviço, indicou que seriam necessários novos aparelhos de navegação.
A substituição dos equipamentos foi feita, mas o governo não teria quitado toda a dívida. Por isso o avião permaneceu retido nos últimos dois anos.
Sempre que precisa viagens com maior urgência, o governo freta aviões a um custo muito alto. Em 2014, o governo do Estado contratou por R$ 9 milhões por ano uma empresa para fazer o transporte de pacientes para tratamentos de saúde em outros centros.
“Até o fim de abril, o nosso Bandeirante vai voltar e poderemos fazer esse serviço atendendo um número maior de pacientes com um custo bem mais baixo”, disse o diretor do Detraer, Carlos Almeida Lima, o “comandante Carlão.”
Quanto ao Bandeirante que está em solo no hangar do governo, o Detraer estuda a possibilidade de fazer uma licitação para contratar o serviço de revisão ou realizar um leilão para adquirir outra aeronave.
GTA
Já o avião do Grupo Tático Aéreo (GTA) foi emprestado pela Polícia Federal ao governo do Amapá durante dois anos. No ano passado, o governo articulou a doação da aeronave, pedido que foi atendido pela PF em janeiro de 2016.
“Estamos fazendo o levantamento de custos para saber quanto será necessário para colocá-lo em operação”, explicou o secretário de Justiça e Segurança Pública do Estado, Gastão Calandrine.
No hangar do governo ainda existe outro avião, um monomotor São Tomé, que pertence à prefeitura de Macapá. Parado há 8 anos, ele está sem o motor. O site SELESNAFES.COM apurou que o avião foi doado pelo então governo Waldez Góes (PDT) à prefeitura durante a gestão de Roberto Góes (PDT). A autorização de doação foi aprovada pela Assembleia Legislativa, mas o termo de doação nunca foi assinado. Ou seja, a doação nunca foi concluída. Resumindo, em tese o avião continuaria pertencendo ao governo do Estado.