CÁSSIA LIMA
A greve dos professores, técnicos e alunos da Universidade do Estado do Amapá (Ueap) completou 23 dias nesta sexta-feira, 8, sem nenhuma previsão de quando irá terminar. A universidade parou no dia 17 de março em protesto pela falta de estrutura e repasse do governo do Estado para o funcionamento mínimo da universidade.
A Ueap possui 96 professores para 12 cursos com uma demanda de mais de mil alunos. Antes de a greve começar, a Ueap já devia mais de R$ 1 milhão, sendo que o aluguel do prédio onde funciona o Campus 2, no Bairro Santa Rita, está atrasado este ano e existem débitos de anos anteriores.
O servidores da limpeza estão há 5 meses sem pagamento, e os da vigilância já entram no quarto mês sem pagamento. O repasse mensal deveria ser de R$ 1,2 milhão.
“Mas quando o governo repassa é uma média de R$ 300 mil que não paga nem nosso serviço de limpeza e vigilância. A universidade possui dividas na casa de R$ 4 milhões”, destacou o professor e pró-reitor de graduação, Vinícius Rodrigues Maione.
Cada movimento na Ueap tem reivindicações específicas, mas no geral querem o mesmo: infraestrutura, repasse de recurso previsto no Plano Participativo Plurianual, reposições salariais e encaminhamentos do Plano de Cargos, Carreiras e Salários dos técnicos.
Segundo o presidente do Sindicato dos Técnicos da Ueap, Gean Nascimento, houve várias tentativas de diálogo, mas apenas duas tiveram sucesso.
“Até março não tínhamos recebido um centavo do Estado. Até que pressionamos e recebemos R$ 800 mil de repasse para pagar uma dívida de R$ 1,6 milhão. Estamos devendo muito. A situação está complicada. Não estamos pedindo nada supérfluo, e sim o mínimo para o funcionamento da universidade”, esclareceu o sindicalista.
De acordo com a pró-reitora de Extensão da Ueap, Mariana Lemes Landeiro, a universidade tem um custo mensal de R$ 1,2 milhão para custeio, o que inclui água, luz, vigilância, limpeza e aluguel do campus 2, entre outras despesas.
“A situação da universidade é insustentável, porque a gente não consegue manejar a universidade com o repasse atual que, historicamente, o Estado não tem pago por completo. Na verdade, a gente está vivendo uma situação de emergência há algum tempo”, queixou-se a pró-reitora.
A situação da Ueap será discutida em uma audiência pública na próxima segunda-feira, 11, às 9h, na Assembleia Legislativa.