SELES NAFES
Naturalmente o prefeito de Macapá Clécio Luís (REDE) irá tentar a reeleição, e se depender de apoio político o caminho está sendo bem pavimentado. Até agora é o candidato que deverá ter o maior arco de alianças destas eleições, ao menos 10 partidos.
Mas Clécio tem uma difícil missão pela frente: manter a popularidade administrando a capital com quedas sucessivas de arrecadação, o que implica em redução de investimento e cortes de custeio.
Apesar da crise, a prefeitura tem conseguido fazer algumas obras de asfaltamento e mobilidade, como a Rodovia do Pacoval, reformou unidades de saúde, acabou com a falta de medicamentos e de médicos, mas há dificuldades.
Em entrevista nesta terça-feira, 12, ao Site SELESNAFES.COM, ele apontou o que não avançou em seu primeiro mandato e o que será prioridade em um eventual segundo.
Também falou de uma promessa da primeira campanha que não conseguiu cumprir, a construção de 10 creches, além da histórica e problemática relação com o PSB, do ex-governador Camilo Capiberibe.
Porque concorrer à reeleição?
Porque tem um trabalho em curso. Eu fiz um programa de governo. Sou o prefeito que enfrenta a maior crise desse país. Nenhum prefeito de Macapá enfrentou a crise que eu estou enfrentando, e mesmo assim a gente tem conseguido colocar em prática muita coisa do nosso programa de governo e ainda há muito o que fazer.
Me vejo em condições como me vi em 2012 como geógrafo, professor, especialista em gestão ambiental e vereador de dois mandatos e agora muito mais. Mas tem que ter uma continuidade naquilo que estamos fazendo, não dá para ficar experimentando, não cabe aventura.
Só estamos conseguindo honrar com os nossos compromissos e apresentar resultado na crise porque fizemos um planejamento muito forte, porque trabalhamos com austeridade e nos propusemos a fazer aquilo que era necessário fazer, mesmo as atitudes antipáticas.
O que o senhor não fez no primeiro mandato que pretende fazer num eventual segundo mandato?
Concluir as creches. Me comprometi em construir 10 creches. Depois de tirar a prefeitura na inadimplência no primeiro ano nós conseguimos nos habilitar e acessar as 10 creches por meio de programa do governo federal. O ministro da Educação esteve em Macapá, assinou o convênio, fizemos licitação, mas o governo federal não enviou o dinheiro. Mas essa crise tem que passar uma hora.
Outra prioridade será o novo modelo de mobilidade urbana de Macapá, que é a construção de oito corredores de ônibus estruturais com linhas alimentadoras. Para isso é preciso fazer obras de pavimentação. Nós conseguimos uma parte do recurso no PAC, mas o recurso ainda não veio. Mas será uma mudança radical no modelo de transporte.
O senhor deve ser candidato com um grande arco de alianças. O PT faz parte?
O PT está no meu governo, mas a decisão de compor ou não com a minha reeleição será do partido. Temos a professora Dalva na maior secretaria que é a Educação; na Secretaria de Manutenção Urbanística tem o Manoel Barcelar, e outros grandes profissionais do PT em outras secretarias. Mas a decisão será interna.
Mas e o seu novo partido, a REDE, ainda não vemos uma participação dele no seu governo…
Tem sim. Temos pessoas indicadas pela REDE, como na Secretaria de Assistência Social, Secretaria de Administração e na Secretaria de Meio Ambiente. A REDE está participando ativamente do meu governo.
O senhor aceitaria conversar de novo com o PSB?
Eu converso com todos. O que não aceito é que a gente só sirva para apoiar. E depois que passa isso a gente vira nada. Isso que é eu não gosto. Vou inclusive neste momento fazer um telefonema para o governador (Waldez Góes, do PDT) para cuidar de assuntos da cidade de Macapá. Eu sou do diálogo. Eu servi para ser aliado na campanha do então governador Camilo (Capiberibe), mas depois da eleição não servi para mais nada. É estranho esse tipo de postura. É um modelo ultrapassado que as pessoas não se sentem bem.
Com quantos partidos o senhor está conversando?
Estamos dialogando com 10 ou 11 partidos. Claro que a decisão final só depois das convenções, mas sei que posso contar com meus companheiros da REDE, PSOL, PSDB, DEM, PV, PTN, PC do B, PT do B, PPL.
Por que o senhor tem dito que até setembro será difícil administrar as finanças da cidade?
Tem a sazonalidade e a crise. Teoricamente temos uma boa arrecadação nos meses de janeiro e fevereiro. Estabiliza em março, mas nos meses seguintes vai caindo. Em agosto e setembro cai ainda mais. Todo governo em qualquer do Brasil corre o risco de parcelar salários nesse momento. Mas repito, tomamos todas as medidas para nos organizar, por isso a prefeitura tem conseguido cumprir suas obrigações.