Elas são bonitas, dão sombras, captam o gás carbônico e liberam o oxigênio, mas em algumas ruas de Macapá, árvores gigantescas também oferecem risco para pessoas, carros e residências. Algumas já caíram causando estragos. Outras racham casas. Moradores se queixam da demora da prefeitura e da Defesa Civil para fazer o serviço de podagem.
Um exemplo ilustra perfeitamente esse problema. Na Avenida Antonio Coelho de Carvalho, no perímetro que compreende as ruas Hildemar Maia e Paraná, a situação já dura anos. A impressão é de que as árvores nunca passaram por poda. E o que acontece quando venta forte é um verdadeiro show pirotécnico. “Não há um dia de chuva forte em que não vemos a fiação pegar fogo por conta do contato direto das árvores com fios. Isso provoca inúmeras quedas de energia e pode trazer prejuízo aos aparelhos domésticos”, queixa-se o assistente social, Jorge Luiz Santos, que mora no local há mais de cinco anos.
Santos diz que os pedidos de poda feitos à Defesa Civil e à Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semsa) nunca forma atendidos, e a cada novo início de período chuvoso ele sabe que vai ter prejuízos. “No mês passado um galho atingiu o telhado do pátio, ainda não ajeitei, pois provavelmente acontecerão outras quedas nesse período de abril e maio, que sempre trazem chuvas mais fortes” relembrou. A casa onde o assistente social mora passou a apresentar rachaduras. A suspeita é de que raízes estejam provocando o dano.
E a previsão do tempo não é animadora para quem mora debaixo de árvores sem cuidados. O Núcleo de Hidrometeorologia do Amapá (NHMET) diz que os próximos dois meses são conhecidos como os mais chuvosos na região do Amapá, e devem trazer mais de 500 milímetros de chuva. Só para ter uma ideia, as chuvas de 544 mm ocorridas nos rios que circundam Rondônia e Acre foram responsáveis pelas enchentes que estão ocorrendo atualmente.
A Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) diz que só é responsável em caso de problemas com a fiação elétrica e que em relação às quedas de galhos, árvores são responsabilidade da Semam. “O cliente pode solicitar o serviço ligando gratuitamente para 0800 096 0196. Ressaltando que a CEA não é responsável em fazer a derrubada de árvore, apenas executa a sua podagem. E que o trabalho é realizado semanalmente, para evitar prejuízos à rede”, informou a companhia em nota, acrescentando que as quedas de galhos e árvores são responsáveis por boa parte dos cortes no fornecimento.
Segundo a Semam, 90% dos pedidos são negados porque o morador quer apenas retirar para aumentar o espaço do quintal ou da fachada da casa. Os casos mais urgente estariam sendo atendidos. As solicitações podem ser feitas pelo 8103-2224.
Também em nota, a Semam explicou os critérios para escolher as árvores que serão podadas ou derrubadas. “…Espécies frutíferas que apresentam grandes frutos, plantadas em locais proibidos, como proximidades de estacionamentos; espécies que apresentam grandes folhas, próximas a locais de drenagem superficial como calhas e bueiros; espécies que apresentam raízes superficiais ou mesmo aquelas que apresentam risco iminente de queda”.
A Defesa Civil não forneceu informações sobre a quantidade de árvores que oferecem risco e, nem tampouco, números de serviços realizados nos últimos meses.