SELES NAFES
A crise financeira no estado atingiu a maioria dos segmentos da economia, e de tabela o mercado de crédito do Amapá. Há 3 anos esse setor tinha 60 empresas operando no estado com cerca de 3 mil corretores. Com medo de calotes, e de que a dívida acumulada aumente, os bancos e financeiras decidiram suspender as operações até com a prefeitura da capital, não deve um centavo de consignados.
O governo do Estado deve R$ 67 milhões para empresas como Banco do Brasil, Caixa Econômica, BMG, PAN, e Santander, entre outros. Em 2014, o governo começou a descontar os empréstimos consignados nos salários dos servidores, mas não repassava aos bancos.
Essa receita de desespero por capital, que já tinha sido usada também em 2010, voltou à ativa em setembro de 2015. Sem receber, os bancos foram cortando os créditos dos servidores, o que representava uma injeção mensal na economia do Amapá na ordem de R$ 30 milhões.
Além de cortar o crédito, as financeiras começaram a demitir. Empresas que tinham 20 funcionários hoje operam apenas com 2.
O governo do Estado propôs o parcelamento das dívidas, mas vem tendo dificuldade de honrar o pagamento das parcelas. Todos os bancos suspenderam os empréstimos, com exceção do Banco Industrial. No mês passado o BI começou a oferecer crédito para os servidores, mas esta semana chegou a anunciar que suspenderia as atividades no Amapá.
Todos os bancos decidiram não operar mais com o governo e com nenhum outro órgão mesmo que estes não estejam devendo, como o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e prefeitura de Macapá. É o medo do chamado ‘Risco Amapá’.
“Estamos negociando com o BMG e PAN para que eles voltem a operar ainda neste mês. O Banco Industrial vai continuar operando”, garantiu o secretário de Fazenda do Estado, Josenildo Abrantes.
Sobre o parcelamento das dívidas com os bancos, o secretário disse que, apesar das dificuldades, o Estado vai honrar o compromisso. O prazo negociado foi todo dia 20.
“Estamos no prazo”, lembrou ele.