CÁSSIA LIMA
A Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) está em intenso processo de negociação com as prefeituras do Estado para pagamento da dívida dos municípios que, até o ano passado, deviam mais de R$ 290 milhões. A Companhia diz que muitas prefeituras estão preocupadas em quitar os débitos, outras nem tanto.
As maiores dívidas são das prefeituras de Macapá e Santana, as duas juntas devem R$ 43 milhões em faturas atrasadas só do ano de 2014. De acordo com a CEA, a média de crescimento do débito é de R$ 3 milhões ao mês.
“Macapá e Santana são as que mais devem, porém estão em intensa negociação. Como também devemos a elas IPTU, alvará de funcionamento e Imposto Sobre Serviço, estamos abatendo valores e renegociando. No geral, todas as prefeituras estão preocupadas com suas dívidas”, detalhou Fábio Freire, chefe do Departamento Comercial da CEA.
O chefe do Departamento Comercial explica que a interrupção de energia nas sedes das prefeituras é a última forma de negociação, geralmente quando não há mais diálogo com os municípios. No ano passado, a sede da prefeitura de Santana e as secretarias de Educação e Assistência Social tiveram a distribuição de energia interrompida pela falta de pagamento.
“Algumas prefeituras fizeram a negociação, mas não estão pagando as parcelas. Não queremos cortar a energia, isso é a última coisa. Entendemos o momento de crise, mas precisamos que essas prefeituras tenham compromisso com suas dívidas. Vale ressaltar que a população não deve se preocupar, se caso for necessário o corte, serviços essências como hospitais e escolas não serão afetados”, garantiu Freire.
A menor dívida é da prefeitura de Pracuúba, pouco mais de R$ 6 milhões. A CEA não pode divulgar outros valores detalhados das dívidas, devido ao contrato de sigilo com as prefeituras. Mas, o chefe avalia de forma positiva a negociação.
“A maioria está em dia ou nos procurando para um diálogo permanente. Estamos solicitando que todas as prefeituras, que possuem débitos, paguem ou negociem suas dívidas, pois a inadimplência de entidades públicas compromete os investimentos financeiros que precisamos realizar para melhorar o fornecimento de energia elétrica à coletividade”, concluiu.