A atriz e poeta amapaense Carla Nobre tirou a roupa em seu perfil no Facebook para dar apoio à campanha da jornalista brasiliense Nana Queiroz que critica a pesquisa realizada pelo IPEA – Instituto de Pesquisa Aplicada. O estudo demonstrou que 65,1% dos brasileiros concordam, total ou parcialmente, que as mulheres que mostram o corpo merecem ser atacadas. O protesto durou pouco tempo e acabou sendo retirado do ar.
A campanha que iniciou com uma foto em frente ao Congresso Nacional já e contou com mais de 44 mil adesões nas redes sociais brasileiras. E como forma de apoio ao protesto, milhares de mulheres e homens publicaram foto em páginas pessoais com a frase que dá nome ao movimento “Eu Não Mereço Ser Estuprada”, ganhando o apoio de celebridades e até citação da presidente Dilma Rousseff.
Uma bandeira que também é defendida por Carla em suas intervenções artísticas. “Desde os textos Bíblicos a mulher sempre é colocada como detentora do pecado, por caminhar junto com a serpente. E isso já inicia o pensamento machista da humanidade, que aplica que o homem só peca por culpa da mulher, o que vem trazendo todo esse teor obscuro do corpo em si e monta todos os preconceitos sociais”, defende a atriz.
Carla acredita que todo esse teor da campanha ficou remexendo em sua cabeça, por considerar um pensamento feudal injusto ao corpo feminino. “Juntando tudo isso eu e um grupo de amigos íntimos fizemos a foto. No início eles não acreditaram e nem queriam fazer, mas com a minha insistência fizemos o protesto”, recordou, acrescentando está recebendo ligações incessantes de sua mãe, que pede a retirada da foto.
Para a amapaense essa defesa da campanha é muito interessante porque traz o assunto para debate. “A única forma de trazer um fim a essas discussões ideológicas é colocar o assunto em debate, pois só assim podemos discutir todos esses preceitos sociais banhados de preconceito”, justificou.
Mas parece que a adesão à campanha não foi vista por bons olhos pela sociedade amapaense. A página de Carla no Facebook foi denunciada e bloqueada pela rede social. Para Carla, o episódio demonstra que a sociedade amapaense pode não estar preparada para o debate.