ANDRÉ SILVA
Em maio deste ano, uma operação conjunta da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Civil e Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) apreendeu na BR-210, zona rural de Macapá, cerca de 1 tonelada de grude de peixe. O episódio deu uma noção do tamanho da produção de grude no Amapá, especialmente da gurijuba, um mercado informal que possui nenhum valor agregado, além de passar despercebido pelo fisco.
Neste episódio, o produto estava sem nota fiscal e não há notícias de que haja empresas que trabalhando com esse tipo de subproduto no estado. A Agência de Pesca do Amapá deixou claro que esse tipo de atividade acontece informalmente, por isso não existem dados sobre quantidade produzida.
“A gente não sabe se há algum tipo de licenciamento para esse tipo de comércio. Geralmente as empresas que beneficiam esse produto são aquelas que trabalham com beneficiamento de peixes aqui no estado”, disse o presidente da Agência de Pesca, Guarabixaba Martins.
O grude é extraído das vísceras do peixe e, após a extração, é colocada para secar ao sol. Depois de alguns dias o grude segue para a Asiá, onde é usado como fixador pela indústria de cosméticos e bebidas.
Além disso, é matéria prima de linha para sutura cirúrgica, usada especialmente nos procedimentos internos devido o alto poder de absorção pelo corpo.
O grude não é extraído apenas da gurijuba, mas da pescada amarela, da dourada, porém a mais valiosa é a que vem da gurijuba.
Segundo Guarabixaba, no entanto, esse procedimento não é feito de forma adequada.
Na apreensão que a polícia fez, o produto estava sendo transportado sem nota fiscal, em uma picape que partiu do município de Calçoene, distante 450 quilômetro de Macapá. De acordo com a polícia, a mercadoria estaria avaliada em R$ 500 mil.