VALDEÍ BALIEIRO
Na madrugada do último domingo, 19, um incêndio destruiu seis casas de madeira em uma área de ponte no bairro Congós, Zona Sul de Macapá. Ao todo dez casas foram atingidas pelas chamas, sendo seis delas totalmente destruídas e outras quatro parcialmente. Segundo a Polícia Militar (PM) do Amapá, o incêndio foi criminoso.
Uma das famílias vítima do incêndio tentava começar a vida no estado, mas o destino quis por um grande obstáculo em suas vidas. Eles tiveram a casa destruída no incêndio e perderam tudo o que haviam acabado de comprar.
Lene Garcia, 32 anos, conta como foram os momentos de terror que passou na luta para tentar salvar os filhos.
“Acordei com barulhos de telhas quebrando e gritos de pessoas, achei que fossem os vizinhos brigando, mas aumentou, então acordei meu esposo. Foi quando abrimos a porta e vimos o fogo alto queimando as casas e a fiação elétrica. Corri para salvar meus filhos e sair de casa”, relata à moradora.
Para tentar a sorte, ela e o esposo, Manoel dos Santos, 28 anos, e dois filhos, vieram do interior do Pará, e estavam há mais de cinco meses morando no local em uma casa alugada. Manoel trabalha como ajudante de pedreiro e aos poucos compravam as coisas para dentro da casa.
“Estávamos pagando uma cama comprada pelo patrão do meu esposo, pois as demais coisas compramos de segunda mão. O material escolar dos nossos filhos foi tudo no fogo também”, lamenta.
Manoel dos Santos, na tentativa de salvar alguns documentos antes que o fogo tomasse conta da casa, se viu no desespero de pular pela parte de trás. No momento em que evitava o fogo, Manoel resvalou em madeiras com pregos e teve um pequeno corte na perna esquerda, além de ferimentos no pé.
“Quando vi que não conseguiria sair pela porta da frente, escutei estalos que indicavam que a casa ia desabar, então corri para a porta dos fundos e pulei. Foi aí que me machuquei”, comenta Manoel que foi levado ao hospital e medicado.
Por conta dos ferimentos na perna, o esposo de Lene não pode trabalhar nos dias posteriores.
Somente com as roupas do corpo e sem nenhum parente no estado, a família tenta voltar à vida normal, mas lamenta muito toda a perda.
“O que nos resta é erguer a cabeça e recomeçar do zero”, disse Lene Garcia em tom de choro.
A família está alojada na Associação de Moradores do Congós, localizada na Rua Ben-Hur Corrêa, ou 7ª Avenida, Zona Sul de Macapá. Telefone para quem quiser ajudar a família é (96) 991938754.