CÁSSIA LIMA
A Unidade de Proteção Animal Costelinha (Upac) atendeu a sete denúncias de cães atropelados num fim de semana na capital. Quatro dos animais morreram. De acordo com dados da Organização Não Governamental (ONG), cerca de 70 animais são atropelados em Macapá por mês. A Upac luta para salvar os animais, mas o principal desafio é dar conta das despesas.
Dos três cães resgatados com vida nesse fim de semana, dois ainda aguardam cirurgia. É aí que está o problema. A ONG não consegue arcar com os custos, já que uma cirurgia simples de fêmur em um cão não sai por menos de R$ 1,5 mil. Na coluna o valor é de R$ 3 mil.
Segundo o presidente da ONG, Vitor Hugo, diariamente existe uma média de quatro animais atropelados, mais da metade é de cães que ficam muito machucados. Os gatos também são alvos frequentes. Porém, a maioria morre antes mesmo do resgate.
“A cidade está um caos porque as pessoas atropelam e não dão à mínima. Sabemos até de atropelamentos por pura maldade. Sorte dos animais que as pessoas conhecem a ONG e nos procuram. A gente recebe doações, mas ainda são poucas. Mês passado mandei fazer várias cirurgias em cães atropelados, isso nos rendeu uma dívida de R$ 12 mil”, contou Vitor.
Atualmente, a Upac mantém 240 animais em cinco abrigos. Só na casa do presidente vivem 35, alguns também vítimas de atropelamentos. Um outro abrigo na Zona Sul tem mais de 100 gatos.
No caso dos animais vítimas de atropelamento, a maioria fica com sequelas e as pessoas não buscam para adoção, apesar dos dados de adoção terem aumentado.
“Graças a Deus tem muita gente adotando, mas estamos com uma população muito grande de cães idosos, com mais de 9 anos, e que precisam mais do que nunca de uma família. Pedimos ajuda nas doações e cirurgias”.
Há duas semanas a ONG recebeu donativos arrecadados durante o Day Tatoo. Cinco tatuadores trabalharam no evento. Cada sessão custou em média R$ 150 e cada cliente tinha que levar entre 18 e 20 quilos de ração.