CÁSSIA LIMA
Com seis partidos unidos, a vereadora Aline Gurgel (PRB) confirmou na manhã dessa sexta-feira, 8, sua pré-candidatura à prefeitura de Macapá para as eleições majoritárias de 2016. O anúncio foi feito no auditório de uma faculdade, no Centro da cidade. Confiante, Aline deixou claro que não busca ser vice em outro alinhamento partidário, ao contrário do que ocorreu em 2014.
O lançamento da pré-candidatura de Aline contou com apoio de líderes do PRTB, PSL, PMB, PR, PRP e PMB, além de aliados como o ex-prefeito de Santana, Rosemiro Rocha (PTB), Evandro Gama (PT), deputado federal André Abdon, Tema Gurgel, e seu esposo e presidente do PR, Hildegard Gurgel. Líderes de associações e bairros também se fizeram presentes.
Aline Gurgel é natural de Macapá, nascida em 1980. É empresária formada em Direito com especialização em licitação pública, casada e mãe de dois filhos. Ingressou na carreira política em 2012, filiada ao PR, e foi a mais votada com 4,7 mil votos em 2011. Em uma conversa rápida, a pré-candidata falou da experiência política, alianças e plano de governo.
SN: Essa decisão de ser candidata é um anseio antigo seu, ou a conjuntura política lhe favoreceu?
Aline Gurgel: Isso foi uma construção. Tudo começou em 2014 e eu lembro que me diziam “nós temos que participar das decisões políticas de Macapá”, porque somos empreendedores da terra e temos muito orgulho daqui. Com a eleição do Vinícius (deputado federal) e da Telma Gurgel (ex-deputada estadual) surgiu, sim, o anseio por cargos majoritários. Então foi dessa forma, com diálogo, que chegamos aqui.
SN: A senhora está exercendo seu primeiro mandato e já é candidata à prefeitura, como está a construção dessa candidatura dentro da Câmara de Vereadores?
Aline Gurgel: Eu tenho um bom diálogo com meus pares e temos uma atuação muito conjunta na Câmara. Converso periodicamente com todos, mas sabemos que cada vereador tem uma composição e ideologia partidária, tem seu caminho traçado. Todos me parabenizaram e muitos já me deram apoio.
SN: A senhora concorreu como candidata a vice-governadora na chapa do Bruno Mineiro (PT do B) nas eleições de 2014. O que essa experiência lhe trouxe?
Aline Gurgel: Uma experiência única. Eu já participei de pleitos nas proporcionais, mas confesso que as majoritárias são complexas. Como vice, conheci muitas pessoas, conheci a história de pessoas de todo o estado. Isso me ajudou a chegar aqui, já que muitas famílias que me apoiaram lá atrás estão me ajudando hoje. Tudo é uma construção. Não se pode fazer o projeto sem ter um plano no passado sem visar o futuro. Ser vice serviu de base pra essa candidatura hoje.
S.N: Você aceitaria ser vice numa outra conjuntura partidária ou sua candidatura majoritária é prioridade?
Aline Gurgel: Como dizem, ‘essa é uma decisão de prego batido e ponta virada’. Nós queremos a majoritária e a vaga de vice está aberta para outros partidos. O PRB é pré-candidato a prefeitura e vamos levar isso até o fim.
S.N: Por que a senhora decidiu usar o método de plenárias para construir seu plano de governo?
Aline Gurgel: Desde quando eu assumi a presidência da Comissão Tributária Financeira da Câmara de Vereadores, eu senti a necessidade de trazer o cidadão para debater o orçamento público. Porque o orçamento é o nosso imposto, e juntos devemos decidir pra onde ele será destinado. Então começamos a ouvir lideranças e eu aprendi que as pessoas querem ser ouvidas, e buscam sim fazer parte das decisões. Sei que são as classes que sentem na pele o mau uso do dinheiro público. Com base nessa necessidade que vamos usar as plenárias para nosso plano de governo. É o povo que vai decidir o que quer e a forma que quer gastar.
S.N: É cedo para perguntar, mas em caso de sua possível vitória, qual será a sua principal meta para Macapá?
Aline Gurgel: Nós estamos com um longo diálogo e ainda conhecendo toda a realidade administrativa de Macapá. Estamos numa crise e, claro, vamos traçar os caminhos para as diretrizes de governo depois das plenárias, mas uma preocupação nossa é a economia. Porque nós precisamos criar um ambiente favorável de negócios dentro do município. Precisamos gerar emprego e renda, as pessoas necessitam de oportunidades. Não podemos mais pautar essa política do contracheque. Temos tantas belezas naturais, temos o maior rio do mundo e temos como alavancar a economia com o turismo, fomentar o empreendedorismo dos jovens. Nós queremos uma gestão que, de fato, priorize a saúde e educação. Onde o servidor seja valorizado, já que ele conhece a burocracia do sistema.