SELES NAFES
O Amapá tem a maior taxa de desemprego do país, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) feita pelo IBGE. De acordo com o levantamento, no segundo trimestre do ano 15,8% dos amapaenses economicamente ativos estavam desocupados.
Esse resultado significa, segundo o IBGE, que 55 mil pessoas com idade para trabalhar estão desempregadas. Houve aumento em relação ao primeiro trimestre do ano, quando o número chegou a 14,35%. No ranking do desemprego aparece o estado da Bahia logo depois do Amapá, com 15,4%.
A pesquisa do IBGE traz outros dados interessantes, como por exemplo, a quantidade de trabalhadores autônomos. São 95 mil profissionais nessa condição. Cerca de 71 mil são funcionários públicos, e 61 mil são funcionários de empresas.
O governo do Estado reconhece que a situação é preocupante.
“Essa pesquisa tem números de referência e refletem a conjuntura da nossa economia que é dependente da atividade governamental. Existe essa dependência particular no Amapá e isso reflete no mercado de trabalho mais do que em outros estados”, avaliou o secretário de Planejamento do Amapá, Antônio Teles Júnior.
Os dados oficiais de desemprego no Amapá devem aumentar com a demissão de vigilantes após o fim dos contratos do governo com as empresas de segurança por causa da crise.
“A grande questão é que esses contratos não tinham solvência, não tinha regularidade de pagamento. Isso é um reflexo ruim de curto prazo para ajustar a máquina pública. Não adianta o governo querer manter esses postos de trabalho se não tem como pagar, isso gera mais crise”, admite.
Apesar do cenário preocupante, o governo do Estado diz que os dados devem melhorar em médio prazo com a instalação de empresas na Zona Franca Verde. Na semana passada, 14 títulos de concessão de terras no Distrito Industrial foram entregues às empresas.
Algumas já atuavam no mercado amapaense e agora devem ampliar suas atividades, mas outras são novas.
“São duas agendas de médio e longo prazo que estão se consolidando, que é a Zona Franca Verde com mais empregos e atividades secundárias, e o corredor de produção de alimentos, com implementação do agronegócio e suas cadeias produtivas permanentes com produção de ração, piscicultura e outras atividades”.