ANDRÉ SILVA
O número de casos de mulheres com Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) diminuiu no Amapá, enquanto que entre homens continua disparando. Mas o público feminino continua vulnerável, especialmente pela resistência quanto ao uso do preservativo próprio para elas.
A relação da Aids entre homens e mulheres era de 2 casos em homens para 1 em mulher.
Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), este ano, até 7 de outubro, 27 mulheres e 39 homens foram diagnosticados com a doença.
“Quando pegamos a faixa etária mais reduzida, observamos que existem mais casos em mulheres jovens que em homens jovens. Mas a maior incidência continua sendo em homens”, explicou o enfermeiro do DST/Aids, Venceslau Pantoja.
Abaixo, a evolução da doença entre adultos na última década:
Ano Homens Mulheres
2007 60 31
2008 57 40
2009 61 43
2010 68 42
2011 70 38
2012 74 45
2013 65 41
2014 64 29
2015 61 27
2016 39 27
TOTAL 619 363
O DST Aids decidiu organizar uma atividade destinada às mulheres e profissionais de saúde. Cerca de quarenta pessoas de diferentes grupos da sociedade estiveram presentes na programação que começou nesta quinta-feira, 13, e vai até sexta-feira, 14.
Cartazes, panfletos, vídeos educativos e dinâmicas em grupo são algumas das propostas oferecidas na oficina que acontece no auditório do Centro em Referência na Saúde do Trabalhador (Cerest), no Centro.
“O objetivo é muni-las de ferramentas que elas poderão utilizar em suas comunidades, tornando-as multiplicadoras”, explicou Pantoja.
Os participantes da oficina estão dispostos a levar o que aprenderam para seu ambiente de vivência.
“Quero levar essa proposta para as mulheres que nós atendemos no Cram (Centro de Referência de Atendimento à Mulher). Elas precisam entender que a prevenção de doenças está nas mãos delas. As dinâmicas foram muito boas”, comentou a enfermeira Eliana de Sousa.
Além das palestras, o uso do preservativo feminino também foi apresentado, mas esse tipo de proteção ainda é pouco usada entre as mulheres.
“Precisamos desmistificar o uso dela. Sabendo que mesmo sendo grande e parecendo ser desconfortável, ela protege e é necessária”, comentou Aline Miranda chefe da Coordenação Estadual de Dst/aids.