O advogado Maurício Pereira, que defende o empresário Luciano Marba, disse na manhã desta segunda-feira, 12, durante uma coletiva de imprensa, que a primeira-dama do Amapá, Cláudia Camargo Capiberibe, foi a mandante da cobrança de propina para manter a LMS, empresa de vigilância de Marba, no contrato para a prestação de serviço de segurança em escolas.
“A prova disso está em uma fita que foi entregue pelo Marba à Polícia Federal em dezembro de 2013, onde o Beto (Ediberto Pontes Silva), marido da ex-secretária de educação Miriam Correa, que recebeu a quantia de R$ 100 mil, fala que a esposa do governador, Cláudia Capiberibe, é a principal articuladora dos esquemas de corrupção. Contudo, essa parte da fita não foi ao ar no Fantástico. Foi ao ar apenas o trecho onde ele [Marba] estava entregando o dinheiro ao Beto”, afirmou o advogado.
Além disso, o advogado garante que o trecho em que aparece Beto falando sobre Cláudia Capiberibe foi editado. “Se foi proposital ou não, só quem editou pode dizer. Mas houve uma edição”, avaliou.
Segundo Pereira, o empresário fez o registro da extorsão porque estava cansado de sofrer pressão. “Ele vinha sendo procurado por agentes públicos que queriam extorqui-lo, ameaçando que iriam paralisar os pagamentos de suas faturas ou que iriam de uma forma indevida surrupiar o contrato, criando dificuldades para ele e para a sua empresa. Então, para parar com tudo aquilo, o Marba resolveu produzir provas de que estava sofrendo essas ações e foi aí que, em duas ocasiões distintas, ele gravou o momento em que estava sendo extorquido”, declarou.
Quanto ao advogado Bruno da Costa Nascimento, que aparece em um vídeo recebendo R$ 15 mil de Luciano Marba, Maurício Pereira garante que ele nunca prestou serviço para o empresário, como chegou a declarar ao Fantástico. “O Bruno jamais foi funcionário de Marba. Bruno nunca foi advogado de Marba. Ele nunca prestou qualquer serviço para Marba. Inclusive, depois da entrevista que concedeu ao Fantástico, ele fez uma declaração de próprio punho dizendo procurou Marba a mando de Cláudia Capiberibe”, afirmou.
Para o advogado, alguns agentes do Ministério Público do Estado ligados ao caso têm conduzido o processo de maneira midiática, ou seja, para fazer o que chamou de “assassinato de reputações”. “O mais grave para mim é que esse material foi apreendido pelo Ministério Público do Estado numa busca e apreensão e estava acautelado como um processo sigiloso. Esse material não poderia ter sido entregue ao repórter do Fantástico, mas foi. E o Marba não deveria ter sido denunciado em duas ações penais sem sequer ser ouvido, o que me leva a crer que as ações foram orquestradas”, declarou.
Diante do caso, o advogado Maurício Pereira disse que já entrou com habeas corpus preventivos. “Temos 3 habeas corpus tramitando no Tribunal de Justiça do Estado do Amapá. Nós vamos fazer a defesa nas ações penais propostas e faremos as representações contra qualquer autoridade que tiver ultrapassado os limites da lei. Creio que Marba será absolvido, porque ele não cometeu crime, e espero que os que cometeram sejam punidos”, finalizou o advogado.
Primeira-dama
O promotor de Justiça Adauto Barbosa, negou participação da primeira-dama Cláudia Capiberibe no esquema de extorsões denunciado pelos advogados do empresário Luciano Marba. Segundo ele, não há qualquer indício de envolvimento dela
Adauto Barbosa disse que a citação ao nome de Cláudia Capiberibe é uma estratégia de pessoas mal orientadas, alfinetando os advogados do empresário. “Operadores do direito tentam desconstruir ou desconstituir as provas do Ministério Público. Agora imputar à esposa do governador condutas criminosas que nós identificamos com muita clareza quem pagava a quem recebia é um despropósito”, resumiu ele.
A assessoria de comunicação da primeira-dama distribuiu um vídeo com uma fala do promotor a respeito do caso. Até agora ela não se manifestou publicamente a respeito do caso.