Divulgação despertará mais interesse pelo AP, diz autor de lei que tombou ruínas

Ruínas do local conhecido como "Stonehenge da Amazônia" foram mostradas em reportagem da TV Globo
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DA REDAÇÃO

Um dos lugares mais enigmáticos do Amapá foi tema de reportagem esta semana no Jornal Hoje em matéria produzida pela equipe da Rede Amazônica: O Parque Arqueológico do Solstício, conhecido como o “Stonehenge da Amazônia”, no município de Calçoene, a 460 quilômetros de Macapá. O deputado Pedro Dalua (PSC), autor do projeto de tombamento das ruínas, acredita que a divulgação deve aumentar o interesse de cientistas, pesquisadores e fomentar o turismo na região.

O projeto de lei 283/2016, declara o Parque Arqueológico do Solstício como patrimônio cultural material, arqueológico, paisagístico e etnográfico do Amapá.

Arqueologistas do Iepa já identificaram que estruturas em forma de círculo, construídas com pedras de granito (megálitos), que parecem ser parte de um observatório astronômico pré-colombiano estão localizadas em uma colina, no município de Calçoene.

Os arqueólogos estimam que esse sítio tenha sido construído por volta de 1000 a 2000 anos atrás. No entorno desse monumento megalítico existem sítios de sepultamento que demonstram rituais complexos, com poços funerários.

Observatório astronômico e local de rituais funerários. Foto: Vortexmundi

Observatório astronômico e local de rituais funerários. Foto: Vortexmundi

Os antropólogos sabem, há muito tempo, que os índios da Amazônia, assim como muitos outros povos antigos, eram excelentes observadores dos astros. Entretanto, a descoberta de uma estrutura física, que parece incorporar esses conhecimentos, sugere que esses índios pré-colombianos seriam bem mais sofisticados do que se suspeitava.

Esse monumento megalítico, por suas dimensões, poderia ser um observatório astronômico e centro ritualístico. Isso significaria, por exemplo, uma organização social mais complexa, com uma população maior do que normalmente são as sociedades indígenas da Amazônia, que normalmente usam barro e madeira em suas construções.

Deputado Pedro da Lua : parque abandonado

Deputado Pedro da Lua : parque abandonado

Desde o final do século 19, cientistas estudam essas sociedades complexas da Amazônia. Outras estruturas megalíticas foram encontradas nessa parte da Amazônia, inclusive na Guiana Francesa.

Como essas sociedades complexas da Amazônia se formaram ainda é uma incógnita. Possivelmente, existia algum tipo de intercâmbio cultural entre esses povos antigos. Como exemplo, as cerâmicas encontradas, por escavações arqueológicas, em volta da foz do Amazonas, demonstram grande diversidade cultural.

DaLua lamentou que, apesar de importante, o local encontra-se abandonado. Com a aprovação do projeto de lei, o Estado deverá criar mecanismos de proteção ao local para evitar a ação de vândalos. 

Com colaboração de Renivaldo Costa

Foto de capa: Gesiel Oliveira

Seles Nafes
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