DA REDAÇÃO
Um agricultor com várias hérnias tenta há cinco anos fazer uma cirurgia, porém, os médicos se negam a fazer o procedimento. De volta a Macapá com muita dor, ele diz que o único procedimento adotado quando é atendido é empurrar a enfermidade de volta para dentro sem anestesia, mas ela sempre volta.
A Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) disse que esse tipo de cirurgia não é feita no HE, somente no Hcal. E garantiu também que vai procurar saber porque a cirurgia não foi realizada e que vai tentar de todas as formas ajudar a resolver o problema.
João Batista Cutrin, de 54 anos, mora no município de Tartarugalzinho, distante 231 quilômetros da capital amapaense. Ele trabalha no cultivo de melancia e disse que a primeira hérnia apareceu há quinze anos.
“Eles usam os dois dedos para empurrar as hérnias de volta. Dói demais. Voltei para cá porque agora não tem mais jeito, sinto muita dor. Não posso carregar peso, não posso fazer mais nada”, disse.
Ele disse que veio para a capital em uma ambulância do município direto para o Hospital de Emergência sentindo muita dor, só que ao chegar no local teve uma desagradável notícia.
“Eles colocaram a hérnia de volta e disseram que não podiam operar. Toda vez que faço força ela vem pra fora”, explicou o agricultor.
João Batista tem vários encaminhamentos para cirurgia passou por procedimentos de risco cirúrgico, mas a cirurgia não saiu. Ele disse que não recebeu nenhum tipo de orientação quanto ao medicamento que deveria tomar para as dores, apenas foi mandado de volta para casa. Disse que já voltou cinco vezes ao HE por conta de várias crises e nada foi resolvido.
A filha dele, Denise Rodrigues Pureza Mendes, de 22 anos está desesperada com a situação do pai. Ela disse que na noite de terça-feira, 17, João Batista passou mal enquanto recebia medicação. Denise foi buscar a ajuda dos médicos, mas foi mal recebida.
“A médica que atendeu ele disse que eu a agredi, mas não foi assim. Fiquei muito nervosa porque eles não resolvem a situação do meu pai. Só depois que ele morrer é que vão querer fazer alguma coisa”, desabafou a filha.
Ela contou que João Batista foi encaminhado para exames de risco cirúrgico no Hospital de Clínicas Alberto Lima (Hcal), mas ao chegar na sala do cardiologista, o agricultor teria passado mal e a cirurgia foi remarcada para o dia 26.
“Remarcada de novo. A gente não sabe mais o que fazer. O papai geme muito de dor”, disse.
Os familiares do agricultor estão sem saber o que fazer, já que a única alternativa seria uma cirurgia.